Vem aí um problemão para Marconi Perillo: a agregação do MDB à federação PSDB-Cidadania
Isso não é especulação nem conversa fiada. É fato. O MDB está negociando nacionalmente a sua agregação à federação PSDB-Cidadania, de olho no fortalecimento das três siglas face as próximas eleições municipais. É um movimento político revestido de lógica e muita. Menos em alguns casos especiais, como o de Goiás.
Aqui, MDB e PSDB são como água e óleo. Mais do que não se misturar, essas duas siglas se repelem com uma certa agressividade. Deparar-se, no mesmo palanque, com o ex-governador Marconi Perillo ao lado do presidente estadual emedebista e vice-governador Daniel Vilela é algo simplesmente inimaginável.
Atenção: não é uma nova federação. A já formalizada, entre o PSDB e o Cidadania, continua, com o acréscimo do MDB. Foi isso que o governador do Rio Grande do Sul e presidente nacional dos tucanos Eduardo Leite acertou em uma reunião, nesta quinta, 15, com o presidente nacional do MDB Baleia Rossi. Compareceram as cúpulas das duas legendas. O noticiário, convenientemente, registrou a contrariedade de Marconi, convidado para o encontro. Não apareceu.
Para Daniel Vilela, não haveria maiores complicações. A posição do vice, no momento, é de muita força, com tendência a crescer na medida da aproximação da sua candidatura à sucessão de Caiado. Marconi, na verdade, teria que se submeter. Sujeitar-se a um poder superior, pelo menos conforme o seu ponto de vista, o de quem já foi uma espécie de semideus da política estadual. Não é difícil prever o que vai acontecer em Goiás, caso efetivada a aliança: o MDB prosseguiria dando as cartas, enquanto o PSDB permaneceria como sujeito oculto, um partido nanico sem credencial para se sentar à mesa e dividir as cartas.
Um alívio para Marconi é que, não sendo a criação de uma federação, mas a adição de um parceiro a uma já existente, o novo ente partidário – MDB-PSDB-Cidadania – só duraria por quatro anos a partir da sua constituição no primeiro semestre de 2022 (a menos que venha a ser renovada). Não alcançaria, portanto, as eleições estaduais de 2026, somente as municipais do ano vindouro. Mesmo assim, teria o efeito de uma catástrofe pessoal, mais uma na série de golpes sofridos pelo ex-governador desde a primeira derrota para o Senado, em 2018.