Viagem de Daniel Vilela à China põe a política de recesso em Goiás

Ao embarcar para a China na última quinta, 8, como líder de uma comitiva de empresários e representantes do governo de Goiás e de prefeituras, o vice-governador Daniel Vilela simplesmente colocou a política estadual em regime de recesso, ou seja, com todas as atividades suspensas até a sua volta.

Parou tudo. Não é de agora que Daniel Vilela foi promovido ao papel de um dos principais polos catalisadores da movimentação de deputados, prefeitos, vereadores, lideranças em geral e dirigentes partidários. Ele assumiu gradativamente essa posição a partir da sua confluência com o governador Ronaldo Caiado, em 2021. Na sequência, cresceu como vice na vitoriosa chapa da base governista em 2022 e passou a despontar como candidato favorito ao Palácio das Esmeraldas em 2026.

Daniel só perde em importância para o próprio Caiado. Em praticamente todas as situações de magnitude política, ultimamente, o vice aparece como o pivô central. A refiliação ao MDB do prefeito Adib Elias, de Catalão, talvez o mais destacado do interior, é uma delas. A conversão do ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, maior adversário de Caiado no ano passado. A ansiedade do prefeito de Goiânia Rogério Cruz por uma reconciliação. A revolucionária candidatura de Ana Paula Rezende, filha de Iris Rezende, ao Paço Municipal. Os sinais de fumaça enviados pelo senador Vanderlan Cardoso, também atrás de uma aproximação. Tudo isso e muito mais passa pelo herdeiro de Maguito Vilela.

A ausência do vice leva a um esfriamento geral. A política estadual megulha em um recesso, como dito no primeiro parágrafo. Ele regressa da sua viagem transcontinental somente daqui a duas semanas, período em que todas as articulações permanecerão congeladas. O lapso, no entanto, servirá para ressaltar a relevância que adquiriu. Na linguagem do jornalismo nerd, um player decisivo para o futuro do Estado, que faz falta. Ele está em todas. O tempo que passa agora fora de Goiás confirma a grandeza da sua liderança. Enquanto não retornar, nada acontece.