Se o que está acontecendo na prefeitura é o plano de Braga, então ele esqueceu o que sabia
É hoje incontestável: o pastor, ex-executivo da Rede Record e ex-vereador Rogério Cruz não tem vocação para qualquer tipo de liderança e menos ainda para comandar uma máquina administrativa desafiadora como a da prefeitura de Goiânia, pelo tamanho e complexidade. Os quase três anos de mandatos de Cruz só mostraram, até agora, uma escalada sem fim de equívocos graves e a sua total incapacidade para o cargo que o destino jogou no seu colo.
No momento, o prefeito estaria executando o que seria um “plano de ação” elaborado pelo marqueteiro Jorcelino Braga, contratado para prestar consultoria estratégia e arranjar uma saída para a reeleição até agora 100% inviável, o que é corroborado por pesquisas mostrando uma aprovação em torno de apenas 20% e o 3º ou 4º lugares na lista de candidatos ao Paço Municipal. A escolha de Braga, ressalte-se, foi acertadíssima. Ele tem experiência de sobra e o tutano necessário para produzir uma reviravolta, caso ainda possível, na trajetória de desastres protagonizados por Cruz. A questão é que a gestão de Goiânia chegou a um nível de mediocridade que parece ser irreversível.
Se Braga aplicar o que sabe e o prefeito seguir, haveria ainda assim poucas chances de sucesso. Quase três anos jogados no lixo são muita coisa. Qualquer qualitativa comprova que tudo de ruim, em Goiânia, é atribuído a Cruz. Se há algo de bom, o crédito vai para seu antecessor Iris Rezende. Acrescente-se a isso a ilegitimidade inerente a quem ascende a um posto majoritário de primeira linha sem ter sido diretamente eleito para isso, pecado original de todos os vices. Pior: a única oportunidade para sanar esse mal de nascença acabou lançada no ralo quando o MDB e seus notáveis foram colocados para fora da prefeitura, substituídos, com todo respeito pelos numerosos secretários que se alternaram a partir de então, por gente absolutamente sem a mínima finesse técnica ou política. Naquele momento, abriu-se uma cova funda e Rogério pulou dentro. Não daria certo, jamais, como não deu. Até um Rasputin, em carne e osso, foi gerado, na figura mefistofélica do chefe de Gabinete José Firmino. Rasputins, como se sabe, terminam mal, idem quem se amarra a eles.
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Braga não é de enganação. Tem um nome a zelar e a essa altura já enxergou o que todos veem com clareza: não há futuro para a turma que desceu de paraquedas no alto do Park Lozandes. Nem por todo o dinheiro do mundo o marqueteiro, de temperamento forte, se submeteria ao que está se desenhando com velocidade cada vez maior: seu “plano de ação” ou está sendo desdenhado ou recebendo desvios trazidos pela ignorância e pela burrice, mesmo. A tática dos mutirões de Iris não vai levar a nada porque… falta Iris ou alguém que pelo menos de longe lembrasse a sua operosidade. Essa prefeitura que aí está, para azar das goianienses e dos goianienses, tem data de validade. Mais um ano e nunca mais.