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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

20 dez

Para o PSDB, lançar candidato sem densidade eleitoral em Goiânia será suicídio

Não é segredo: o ex-governador Marconi Perillo, agora presidente nacional do PSDB, tem preferência pelo lançamento do nome do apresentador Matheus Ribeiro para a prefeitura de Goiânia. Matheus, em 2022, alcançou apenas 13.645 votos para deputado federal entre os mais de 1.000.000 de eleitores com domicílio na capital. Óbvio: não se elegeu. Estender esse baixo potencial para as urnas de 2024 não levará a nada, portanto, a não ser contratar uma nova derrota e garantir mais desgastes para um partido já em agonia.

Falta densidade eleitoral ao rapaz. E isso torna patente que a opção de Marconi jogará os tucanos em uma aventura inconsequente, cujo resultado será mais um passo na descida aos infernos iniciada pelo PSDB em Goiás desde a catástrofe de 2018, seguida pela de 2022 (quando, a propósito, nem candidato a governador teve e só elegeu um deputado federal e dois estaduais). Sozinho, o partido de Marconi é um saco vazio em Goiás. Quando uma agremiação política vive essa situação, a saída para a sobrevivência são as alianças.

Exatamente por isso, Gilvane Felipe, presidente estadual do Cidadania, partido federado com o PSDB, defende o apoio de Marconi à deputada federal Adriana Accorsi. De fato, seria mais inteligente. Muito mais. Gilvane lembra que essa aliança “permitiria eleger mais vereadores, além de garantir espaço em uma futura administração de Goiânia, inclusive aumentando a viabilidade do próprio Marconi ao governo em 2026”, explica o chefão do Cidadania em Goiás.

 

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Aparentemente, a cota de equívocos de Marconi ainda não se esgotou. Ele parece ainda imaginar investido em uma estrutura de poder, tanto que mede cautelosamente as suas ações e as suas palavras em cada declaração, algo realmente necessário para uma autoridade, porém prejudicial para quem está na planície e necessita conquistar espaços – com inovação e ousadia, as virtudes exibidas com sobra ao se lançar corajosamente a governador em 1998 contra o então todo-poderoso Iris Rezende. O pior é que o tucano, do alto dessa sua experiência, sabe com precisão que candidaturas sem densidade eleitoral não prosperam e que não está mais nas suas mãos qualquer cacife para tocar para a frente um poste. Basta conferir o precedente de José Eliton em 2018, um desastre anunciado, terminando em 3º lugar, com uma ninharia de votos. Adriana Accorsi, hoje, está com um pé na prefeitura de Goiânia. Embarcar nessa canoa seria contar com uma chance alta de retorno. Mas o pior cego é o que não quer ver.