Baldy não cita emprego na BYD em suas redes sociais, mas virou capa de revista por trabalhar lá
Uma palavra importada do inglês tem incomodado o presidente da Agehab e ex-ministro Alexandre Baldy, que vem a ser também o presidente estadual do PP: chairman. Trata-se do título atribuído a ele pela montadora chinesa de carros elétricos BYD, atualmente em fase de implantação na Bahia, mas desde há algum tempo com fábricas menores pelo Brasil afora – como, por exemplo, no interior de São Paulo, produzindo placas solares. Baldy nunca disse a ninguém, pelo menos em Goiás, ser ele o chairman da BYD no Brasil e, de resto, pouquíssimas vezes assumiu ter ligações com a megaempresa.
Se era segredo, não é mais. A revista Isto é Dinheiro, com prestígio elevado no mundo nacional dos negócios, escalou Baldy para a primeira página da sua última edição. Afinal, a BYD não é pouca coisa. Não. Trata-se de um portento econômico. Ele aparece ao lado da CEO do grupo chinês para as Américas Stella Li. Nas páginas internas, Baldy protagoniza uma entrevista resumida, na qual, obviamente, não fala de casas como seria de esperar do presidente da Agehab, agência do governo de Goiás dedicada a um consistente programa habitacional cuja meta é concluir 10 mil casas até 2026, mas, sim, de veículos elétricos, praia da BYD. Apresentado como chairman de um poderoso conglomerado multinacional, ele não economiza adjetivos majestáticos para falar do futuro da indústria automotiva mundial, a ser dominado por carros movidos a energia limpa. Sim, leitoras e leitores, o nosso Baldy agora tem atuação planetária.
E, por isso ou por aquilo, pela primeira vez, em suas redes sociais, como o Instagram, Baldy assumiu a BYD. Postou a capa da Isto É Dinheiro e se disse orgulhoso do seu trabalho na companhia. Antes, não é exagero concluir que ele escondia essa função ou pelo menos não se dava a importância correspondente. Assim como nunca esclareceu o que faz lá. No dicionário corporativo, chairman é o mesmo que líder do conselho de administração. No limite, pode ser até o presidente de tudo. Não parece ser o caso. Mas, de qualquer forma, não é um cargo honorário. É efetivo e exige dedicação, que o goiano ainda não conseguiu explicar como consegue compartilhar com a presidência da Agehab.