União Brasil muda rumo e converge para o projeto presidencial de Caiado
Pelo menos dois governadores do passado alimentaram a vontade de disputar a presidência da República: Iris Rezende, nos áureos tempos do MDB em Goiás, quando inclusive escalou na política nacional como o rei das supersafras no Ministério da Agricultura, e Marconi Perillo, mais pela sua longevidade no poder do que em razão de qualquer outro mérito. Nenhum dos dois foi levado a sério e nem de longe tiveram chances reais de entrar no jogo pesado inegavelmente marca registrada da corrida pelo Palácio do Planalto.
Ao contrário, o governador Ronaldo Caiado conseguiu um lugar à mesa. Está na parada pela sucessão de Lula em 2026. Do final do ano atrasado para cá, deu mais de 20 entrevistas a veículos influentes da mídia do eixo São Paulo-Rio-Brasília e em todas foi perguntado sobre a sua candidatura a presidente. Ah, Caiado parte de um Estado historicamente irrelevante, dono de uma pequena margem do eleitorado, sem influência nos rumos do país. Sim, é verdade. Mas esse não é um impeditivo. As credenciais mais importantes para o pleito majoritário da nação são fatores como o nome difundido e respeitado do Oiapoque ao Chuí, as ideias defendidas e a representatividade partidária. Caiado tem tudo isso.
Não existem pesquisas ainda sobre a penetração de Caiado em todos os Estados. Sinais de que por toda parte sabe-se quem ele é, são muitos. Digamos que a sua imagem já está relativamente massificada, em especial a partir da sua identificação com o sensível tema da segurança pública, hoje a preocupação número um das brasileiras e dos brasileiros. Um exemplo: o jornal O Popular mandou um repórter para ouvir a plateia próxima ao palanque principal do ato “pró-democracia” convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para a avenida Paulista, no último domingo, 25. Caiado, como se sabe, estava lá. O rapaz fez entrevistas e constatou: todos sabiam quem era Caiado, alguns até o relacionando com o fato de Goiás ser hoje um Estado seguro. Foi um indicativo de que a barreira do conhecimento foi superada. “A presença do governador goiano era de conhecimento de todos”, atestou literalmente o jornalista Márcio Leijoto. E sua vinculação com a segurança, idem, ainda que “por ouvir dizer”.
O último requisito para Caiado alcançar o seu projeto presidencial chegou nesta quinta, 29 de fevereiro. O comando do União Brasil foi transferido ao advogado Antônio Rueda(foto acima com Caiado, após a vitória na eleição pela presidência do UB), com a deposição do deputado federal Luciano Bivar, um notório e fisiológico lulista, desafeto do governador de Goiás. Com Bivar na liderança do partido, não há dúvida de que Caiado seria obrigado a procurar outra legenda para tentar se viabilizar. Esse obstáculo desapareceu de repente. Rueda é uma sólida garantia para levar o União Brasil a bancar o governador goiano como o seu representante com vistas a 2026. Nesse sentido, surgiu uma unanimidade. Não há outro nome dentro do UB à altura de se rivalizar com Caiado na direção de Brasília. Ele, a partir de agora, é a maior referência do partido e finalmente está à vontade e livre de dúvidas para articular a sua candidatura à cadeira de Lula.
LEIA AINDA
Com empurrão de Gayer, Caiado avança no apoio bolsonarista para 26
Disputa pela presidência do União Brasil é decisiva para Caiado
Segurança pública, a bandeira que pode dar a presidência a Caiado