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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

03 abr

Por que Leandro Vilela é o (melhor) candidato da base governista em Aparecida

Primeiro, o óbvio: porque o seu sobrenome é Vilela, sendo sobrinho de Maguito Vilela, tido como o melhor prefeito da história de Aparecida. Subsidiariamente, é primo do vice-governador Daniel Vilela e isso tem peso quanto ao quesito confiança – depois do que Daniel passou ao ajudar a colocar Gustavo Mendanha na prefeitura aparecidense e mais tarde as coisas acabarem como acabaram.

Ser Vilela embute a vantagem de começar a corrida desfrutando de um clima favorável entre o eleitorado de Aparecida. Maguito, ali, é uma lembrança viva. Qualquer associação com o seu nome é positiva. Traz à tona os bons tempos em que um sentimento de autoestima chegou para ficar em uma cidade outrora dormitório de Goiânia, porém emancipada a partir das gestões de um ex-governador e ex-senador humilde o bastante para descer do pedestal, oferecer os seus serviços e transformar em potência industrial um núcleo urbano antes conhecido apenas pelas suas carências. Hoje, a propósito, simplesmente o 2º PIB no ranking dos municípios goianos, com a ultrapassagem de Anápolis, dado que se reflete em maiores exigências em relação a quem vai se sentar no trono da Cidade Administrativa, a sede da prefeitura.

Laços familiares, no entanto, não são o único capital de Leandro Vilela. Ele tem virtudes pessoais e políticas significativas para a construção da candidatura depositada nas suas mãos. Sua ficha é limpa. Nunca se envolveu em escândalos. Foi deputado federal atuante. Adquiriu experiência na iniciativa privada. É habilidoso para articular, conciliador por natureza, replicando o modelo do tio. Tem a riqueza da juventude, item valorizado nas avaliações qualitativas sobre Aparecida, talvez despertando na população o anseio por um prefeito de renovação e talvez ávida por práticas modernizantes, ao contrário do estilo identificado com a velha política dos seus dois adversários prováveis nas urnas deste ano – o Prof. Alcides e o prefeito Vilmar Mariano – e também da maioria da classe política municipal.

 

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Nem tudo é perfeito, vale observar. Leandro não é de Aparecida. Pepino? De novo, os estudos de opinião pública são reveladores sobre convicção das eleitoras e dos eleitores locais: o importante não é ter nascido ou ter uma história de presença no município e, sim, a competência e as qualidades para sinalizar uma governança de excelência, em benefício geral. É isso que vale. Tarcísio Freitas nunca morou em São Paulo e foi eleito governador em 2022 pelas qualidades como técnico e por contar com o aval do então presidente Jair Bolsonaro. Um senhor exemplo. É assim que funciona e é assim que Leandro tende a ser visto por aquelas e aqueles que irão às urnas para decidir o futuro de Aparecida.

Finalmente, apoio vai pesar e muito. E Leandro Vilela estará na campanha contando com trunfos superiores, como o respaldo vice Daniel Vilela e o mais decisivo de todos, a ação incisiva e diária do principal cabo eleitoral em Aparecida – o ex-prefeito Gustavo Mendanha. Essa eleição, mesmo sem participar diretamente como candidato, Mendanha não pode perder. E há ainda o governador Ronaldo Caiado. Esse tem a força, embalado pela sua extraordinária aprovação em todo o Estado. Caiado pode até se manter neutro, de olho nas simpatias do PL do Prof. Alcides pelo seu projeto presidencial. Mas a conexão com a campanha de Leandro será mesmo assim inequívoca, como reflexo do empenho de Daniel Vilela. Enfim, não faltam virtudes para o candidato da base governista e do MDB face a um desafio que vai requerer um esforço concentrado, ou seja, igualar e superar o líder absoluto das pesquisas, até agora, Prof. Alcides.