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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

18 abr

Há vagas de vice à vontade, mas faltam nomes em Goiânia, Anápolis e Aparecida

Desde que dois vices assumiram a titularidade das suas respectivas prefeituras por quase o mandato inteiro – Rogério Cruz em Goiânia e Vilmar Mariano em Aparecida, essa posição administrativa e política passou a despertar mais atenção e interesse na formação das chapas inerentes aos partidos mais competitivos. O União Brasil, por exemplo, está com o cargo disponível no mais importante colégio eleitoral do Estado (a capital, com seus pouco mais de 1 milhão de eleitoras e eleitores), assim como o PT, o PL e o PSD. Dentre essas quatro legendas, uma terá um representante eleito nas urnas deste ano para o Paço Municipal.

Uma discussão corrente avalia a importância do vice, seja para reforçar a campanha seja como elemento de confiança quanto ao andamento da gestão, em caso de vitória. Essa visão, claro, decorre da inesperada ascensão de Cruz e Vilmarzim. Nenhum dos dois ajudou grande coisa na captação de votos para o sucesso dos cabeças de chapa Maguito Vilela e Gustavo Mendanha. O Rogério atendeu a uma composição religiosa, ou seja, um evangélico formando dobradinha com o católico Maguito. E o Mariano foi escolhido apenas para esvaziar a candidatura a prefeito que se ensaiava, com o apoio da base governista, do então vice Veter Martins. Deu certo: com a atração de Vilmarzim, grande parceiro e aliado de Veter, para a chapa de Mendanha, Veter desistiu imediatamente e ajudou a eliminar a possibilidade de alguma oposição naquele momento.

 

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Conclusão: as eleições municipais em Goiânia, Aparecida e Anápolis vão se centrar no enfrentamento entre os postulantes que de fato encarnarão a disputa, ou seja: Sandro Mabel, Adriana Accorsi, Gustavo Gayer e Vanderlan Cardoso, em Goiânia; o nome a ser escalado pela base governista versus o Prof. Alcides em Aparecida; e Antônio Gomide, Márcio Correa e Eerizânia Freitas, em Anápolis. Nenhum deles, com exceção do Prof. Alcides, admite por ora qualquer cogitação mais avançada para o preenchimento das suas respectivas vagas de vice e sequer parece preocupado com essas indicações. Alcides, como se sabe, será acompanhado pelo ex-deputado Max Menezes, filho do ex-prefeito e ex-vice-governador Ademir Menezes.

Vices, pior ainda nos municípios, a não ser quando assumem em definitivo, são de pouca serventia. Não são nomeados para um poder futuro, antes a partir de um escopo em preencher quase que burocraticamente a chapa para fins de registro e cumprimento da legislação eleitoral, acrescentando-se a isso uma pitada religiosa, partidária ou de gênero. É por isso que Mabel tentou cooptar a filha de Iris Rezende, Ana Paula, na tentativa de explorar um perfil de raríssima combinação estratégica, do ponto de vista eleitoral: mulher, emedebista e evangélica. Ela não quis se arriscar e achar alguém minimamente parecido será simplesmente impossível para a base governista.