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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

05 jun

Nova pesquisa atesta a vocação bolsonarista de Goiânia

Em 2022, Jair Bolsonaro massacrou Lula em Goiânia – o maior colégio eleitoral do Estado, costumeiramente chamado de caixa de ressonância capaz de influenciar as urnas pelos municípios afora. No 1º turno, o Jair cravou 56% contra apenas 33% do petista. Previsivelmente, a diferença aumentou no 2º turno: Bolsonaro ficou com 64%, quase o dobro de Lula, com irrisórios 35%. Ninguém padece de dúvidas: neste ano, na eleição municipal, quando será escolhido um novo prefeito para a capital goiana, esses números tendem a ser ainda maiores no sentido da identificação da filiação política nacional dos candidatos.

 

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Isso porque sucedem-se pesquisas mostrando, em Goiânia, um grau de admissão do eleitorado quanto a uma recomendação do ex-presidente muito, muito maior em comparação com o atual chefe da nação. Nesta semana, outro levantamento foi publicado e de novo as goianienses e os goianienses despontaram como os mais bolsonaristas do país. Pesquisa realizada pelo Instituto Futura Inteligência em parceria com a Apex Partners, tidos no mercado político como credenciados, revelou que, dentre oito grandes capitais, Goiânia é a mais inclinada a apoiar um representante do bolsonarismo: 28% dos eleitores votariam com certeza no candidato do ex-presidente, enquanto apenas 13,4% optariam pelo escolhido de Lula.

Uma surra. E a consolidação de um cenário negativo para a candidata do PT Adriana Accorsi, resultando, em contrapartida, a uma elevação das chances do outsider Gustavo Gayer (PL). E isso já pode ser lido no palco montado desde já para Goiânia: Gayer é um dos líderes da corrida, na faixa dos 20% das intenções de voto, mesmo sem jamais ter movido um dedo em matéria de pré-campanha. Lembrem-se: ele foi até mesmo criticado pelo ex-deputado federal Major Vitor Hugo por só falar em polarização ideológica e ignorar completamente a discussão gerencial ou expectativas para a próxima gestão do Paço Municipal. Passando olimpicamente ao largo de tudo isso, Gayer tem chances de vir a ser o próximo prefeito – e ele sequer parece interessado em chegar a tanto.

Ninguém capta como Gustavo Gayer o sentimento bolsonarista solidamente enraizado entre a população da capital. É aí que o caldo da eleição pode entornar, desaguando em um gestor sem vontade executiva e sem vocação administrativa. Uma situação, é verdade, bem característica desse ramo extremista da direita, aquele radicalmente envolvido pela febre ideológica, aliás mantida pelo fogo aceso pelo PT na insistência prosseguir no conflito e recusar a pacificação do país. Bom para o Gayer e para o bolsonarismo latente da nossa Goiânia.