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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

22 jun

Base governista admite que Vilmarzim lutou como um leão e busca seu apoio

Os principais nomes da base governista em Aparecida admitem: o prefeito Vilmar Mariano lutou como um leão e mostrou uma fenomenal capacidade de mobilização e articulação de algumas semanas para cá, porém não conseguiu impor a sua reeleição pelo UNIÃO BRASIL porque dedicou-se a esse esforço apenas na última hora – desperdiçando os dois anos anteriores de mandato tampão com uma certa paralisia administrativa. É por isso que, a partir do momento da definição do governador Ronaldo Caiado pelo ex-deputado Leandro Vilela para representar a aliança partidária chefiada pelo Palácio das Esmeraldas, substituindo Vilmarzim, lideranças como o vice Daniel Vilela e o ex-prefeito Gustavo Mendanha passaram a se empenhar em atrair o prefeito para atuar como peça de importância na campanha do novo candidato.

Mariano ainda está em uma espécie de limbo, depois do choque pessoal, é óbvio, provocado pela sua exclusão. Mas são considerados como positivos os sinais de temperança e moderação emitidos por ele tanto na conversa com Caiado quanto, a seguir, em declarações à imprensa e nas reuniões com os correligionários – deixando de lado eventuais veleidades retaliatórias. Todos reconhecem o potencial de Vilmarzim como cabo eleitoral caso ele escolha prosseguir no acelerado ritmo de gestão demonstrado nas últimas semanas e dar a sua colaboração voltando-se para a boa conclusão do seu mandato. Ele, se quiser, pode até se alinhar com a coordenação em fase de montagem por Leandro Vilela, cuja estreia oficial como candidato está marcada para o final da tarde de segunda, 24, na solenidade de inauguração da sede da Câmara Municipal de Aparecida.

 

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A base governista aparecidense tem pressa diante do prazo de pouco mais de 100 dias até a data das urnas e do 1º lugar, folgado, ostentado pelo adversário Prof. Alcides nas pesquisas tanto em relação a Vilmarzim quanto a Leandro Vilela. Mas Mendanha, compromissado em tocar a campanha de Leandro como se estivesse inscrito para disputar, continua falando em reversão desses números – e rapidamente. A tese é a de sempre: basicamente, Alcides estaria à frente simplesmente por correr sozinho no páreo, diante da estagnação do prefeito e da pouca movimentação do agora candidato oficial do MDB.

De resto, Vilmarzim não foi vítima só da sua inação nos meses e meses transcorridos desde a sua posse, em abril de 2022. Seu secretariado também tem culpa. Um exemplo foi a estratégia falha de comunicação desenvolvida pela Secom municipal, ao torrar à toa quase R$ 30 milhões de reais, nesse período, com uma política de divulgação sem rumo e sem conexão com o objetivo do prefeito de crescer e se afirmar perante a população. Dinheiro precioso foi investido em peças publicitárias enaltecendo a segurança em Aparecida e programas como o Passe Livre Estudantil, que não somente têm o selo do governo do Estado, como também são avanços claramente identificados com Caiado e assim intransferíveis para a órbita de Vilmarzim. Pior ainda foi pagar anúncios mais uma vez reavivando a conversa fiada do asfaltamento de todas as ruas, que já completou 16 anos de desmoralização sem dar em nada. O excesso de shows artísticos com distribuição de prêmios, alcançando inacreditáveis R$ 5 milhões somente neste semestre, foi outro item mais prejudicial do que favorável ao Mariano.

Página virada, no entanto. Todos os esforços da base governista se voltam a partir deste sábado de ressaca, 22, para a prioridade número um, que é alavancar Leandro Vilela, e ao mesmo tempo garantir a presença de Vilmarzim no palanque, bem como do numeroso séquito de apoiadores aglutinados por ele, entre vereadores, lideranças de bairro, pastores evangélicos e, no mais, trazer a imensa máquina administrativa aparecidense e a sua inegável influência eleitoral. Não é um mau negócio para o prefeito. Em contrapartida, Mariano teria redobrada a parceria com o maior orçamento do Estado, qual seja o presidido pelo governador, e asseguraria a preservação do seu legado com  um tranquilo e exitoso final de mandato.