Um novo e surpreendente desenho para o futuro de Bruno Peixoto
Por que alguém, detentor de uma posição garantidora de um enorme poder político e administrativo, abriria mão dessa vantagem por livre e espontânea vontade, recuaria alguns degraus e de certa forma aceitaria reduzir a sua projeção e a sua autoridade? Não tem sentido. E é assim, leitoras e leitores, que o futuro do deputado estadual Bruno Peixoto, presidente da Assembleia Legislativa, caminha para um redesenho, com o abandono da meta de se eleger para uma cadeira na Câmara Federal em 2026.
Entrando em detalhes: ninguém duvida de que Bruno, candidatando-se a deputado federal, estaria qualificado a receber uma votação recorde. Seguramente, seria o 1º colocado dentre os 17 membros da nova bancada a ser definida para tomar assento na Praça dos Três Poderes daqui a menos de dois anos, em nome de Goiás. Fácil, fácil. Mas o ponto não é esse. Ocorre que Bruno, escolhendo se reeleger deputado estadual, contaria com a possibilidade de, dada a mudança de Legislatura, se habilitar a mais um biênio no comando da Casa, o terceiro. Não há obstáculos legais.
É muito poder. Muito, mesmo. Nenhum deputado federal, em quaisquer circunstâncias, chegará perto jamais. Antes de tudo, significa um lugar cativo na mesa das grandes decisões do Estado, abaixo apenas do governador. Em seguida, assegura o controle de uma vasta máquina administrativa, com mais de cinco mil cargos comissionados, diretorias, coordenações e chefias de toda natureza. Por último, um orçamento à disposição que a Assembleia, a cada mês, não consegue gastar, quase sempre generosamente devolvendo recursos para que o Executivo faça investimentos em programas ou obras.
Fora tudo isso, o próximo biênio, ou seja, 2027/2028, se dará sob a égide de um novo governador, existindo chances reais de que seja ele o atual vice Daniel Vilela. O governador Ronaldo Caiado provavelmente terá sido candidato a presidente da República e, seja qual o resultado, vai se empenhar e se comprometer de um jeito ou de outro com a política nacional. Em consequência, sobrarão mais espaços em Goiás. Bruno Peixoto, plantado na presidência da Assembleia, uma vantagem sem igual, teria, no mínimo, a certeza de eleger o seu sucessor. Caso não queira encarar outros projetos, sua estrutura para se eleger deputado federal, aí sim, em 2030, permaneceria intacta. (Antes, aliás, pode até assumir a vice na chapa liderada por Daniel em 2026).
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O que todos esperam é que Bruno Peixoto venha a ser candidato a deputado federal em 2026. É o óbvio e o natural para a sua carreira pública, porém, talvez, não o ideal. Um terceiro mandato como presidente da Assembleia vale ouro. Seria dele, por ousadamente pensar e agir fora da caixa e do que é previsto. É daí que se constroem os grandes movimentos do processo político. Atenção: nada nesse texto decorre de qualquer conversa com Bruno ou com qualquer interlocutor ligado a ele. É só uma especulação. Mas não custa prestar atenção.