Fadiga de material dos 20 anos do PSDB, com apenas 2 governadores, tende a ser mais tóxica que a dos 16 anos do PMDB, que teve 7 governadores
Muito se tem falado sobre as eleições deste ano e um possível final de ciclo de 20 anos do PSDB no governo de Goiás.
Em 1998, quando o jovem Marconi Perillo ganhou pela primeira vez, o então PMDB chegava ao final de um período ininterrupto de 16 anos de poder – 4 anos a menos e uma diferença brutal, que foi a passagem inevitavelmente oxigenadora de 7 governadores pelo Palácio das Esmeraldas (Iris Rezende, Onofre Quinan, Henrique Santillo, Agenor Rezende, Maguito Vilela, Naftaly Alves e Helenês Cândido; até Milton Alves, presidente da Assembleia, governou por um tempo).
Nos 20 anos de PSDB, foram apenas 2 governadores, Marconi Perillo e Alcides Rodrigues, o que prolongou indefinidamente não só virtudes, como também vícios. O deputado federal Thiago Peixoto, cabeça lúcida do sistema governista, cansou-se de defender uma renovação mínima de quadros, pregando para o deserto no ano passado sobre a inoperância da eterna equipe de vacas sagradas de Marconi e sua influência deletéria sobre os rumos do Estado.
A fadiga de material do PSDB, portanto, é mais tóxica que a do antigo PMDB (hoje MDB). Os auxiliares de Marconi, herdados integralmente por Zé Eliton, tornaram-se desde 20 anos atrás inacreditáveis especialistas multitarefas – há casos, como o de Leonardo Vilela, ocupando pastas díspares com o Agricultura, Meio Ambiente, Planejamento e, agora, Saúde. Ou do aposentado José Carlos Siqueira ou do procurador João Furtado, que foram tudo e mais um pouco nas gestões de Marconi. Isso, nos governos do PMDB, não houve.
Em 20 anos de PSDB, agora com o seu 3º governador, Zé Eliton, Goiás na verdade viveu e vive uma sequência de mais do mesmo. O preço político a pagar, para esse grupo, se houver, virá com o resultado das próximas eleições.