“A crença de que a posse e o manejo da máquina administrativa darão a vitória a Zé Eliton é a maior prova da ingenuidade das avaliações da base governista”

Meus analistas políticos prediletos, em Goiás, são os jornalistas Afonso Lopes, do Jornal Opção, e Helvécio Cardoso, do Diário da Manhã.
Nesta terça, Helvécio Cardoso avalia uma questão que está na ordem do dia dentro da base governista: apesar do quadro ruim das pesquisas, com Ronaldo Caiado absorvendo 61% dos votos válidos, prolifera a convicção generalizada de que haverá uma reversão: “A crença de que a posse e o manejo da máquina administrativa darão a vitória a Zé Eliton é mais um componente de ingenuidade das avaliações governistas. Não é o bastante. É preciso saber tirar partido dessa vantagem. Manter uma política meramente de rotina administrativa não ajuda muito”, escreve o jornalista.
Tanto concordo que já pontuei aqui no blog que o mero rame-rame do dia a dia do governo, que é o que Zé Eliton está fazendo, como fez há anos e anos como vice-governador, acompanhando o titular Marconi Perillo em quase tudo, pode dar até alguma vitrine, mas não rende pontos nas pesquisas. Audiências, reuniões, eventos, inaugurações no interior – nada disso posiciona a candidatura.
Helvécio Cardoso acrescenta que o governador é vítima de uma estagnação que o mantém congelado nas pesquisas e que, “para quebrar essa inércia, José Eliton teria que redirecionar o seu governo e tomar as rédeas da política. Ele não fará isso, claro. Está obstinadamente convencido de estar na direção certa, e deve acreditar que as coisas vão mudar naturalmente”. E conclui:
“O que se espera na base governista é um milagre – mas isso demanda muita reza… Ou o governo muda radicalmente, saindo da defensiva para o ataque, ou fatalmente sucumbirá”.