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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

11 set

Cenário eleitoral em Goiânia caminha – a princípio – para disputa entre Vanderlan, Maguito, Adriana Accorsi e Wilder Morais

A pouco mais de 60 dias para a data da próxima eleição municipal, o cenário eleitoral em Goiânia caminha para se definir em torno de uma disputa, pelos dados disponíveis até agora, entre o senador Vanderlan Cardoso, o ex-tudo Maguito Vilela, a deputada estadual Adriana Accorsi (surpresa e azarão desta eleição) e o ex-senador Wilder Morais. Não se trata de chute, mas de submissão aos dados concretos e objetivos disponíveis neste momento: Vanderlan, Maguito e Adriana têm bom desempenho nas poucas pesquisas divulgadas por ora, enquanto Wilder, mesmo não se igualando a eles, tem a memória favorável da sua campanha para o Senado, em 2018, quando ficou em 3º lugar, atrás apenas dos eleitos Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso.

Wilder não acreditou em si mesmo. Fez uma campanha meia boca, atrelada infantilmente ao favoritismo escancarado de Caiado, mas até certo ponto. Rico até não poder mais, não investiu na sua campanha e não acreditou, na época, que poderia chegar a ser eleito ao se atrelar oportunisticamente à campanha do presidente Jair Bolsonaro, o que fez, sem contudo mostrar convicção. Não é que, politicamente, seja burro, mas, como todo empresário, tem o cacoete de colocar os raciocínios financeiros acima de quaisquer outros, achou que não precisava gastar e dançou, quando alguns centavos a mais teriam dado a ele um mandato no Senado.

Tem algum recall, é inegável. E, dentre a leva de postulantes que aparece nas pesquisas com índices insignificantes, é o único que tem potencial de crescimento. Se abrir mão de um fiapo da sua fortuna, pode disparar e ir para o segundo turno, claro, se também agregar a inteligência necessária para repetir o bom desempenho que teve na eleição para o Senado, a imagem de executivo que se deu bem na vida e o fato de ser ficha limpa – o que só Adriana Accorsi pode ostentar, ao contrário de Vanderlan e Maguito, que têm registros de ações de improbidade por ações ilegais praticadas quando estavam no poder, Maguito em Aparecida e Vanderlan em Senador Canedo. Pode se dar bem. Pode, lembrando que é um homem de cabeça complicada, vida pessoal tumultuada, auto-suficiente e pouco afeito a receber orientação ou ouvir conselhos, como é comum entre milionários.

Se Wilder não crescer, a eleição fica entre Vanderlan, Maguito e Adriana Accorsi. Essa última tem tudo para surpreender, como candidata mulher, afirmativa, desde que não faça campanha se mostrando sorridente na TV em rodinhas com crianças e comprove ter realmente cacife para discutir e enfrentar os desafios colocados por Goiânia. Fora isso, a hipótese mais crível é uma polarização entre Vanderlan e Maguito. Que, se houver, favorecerá Vanderlan, anos luz à frente do adversário como gestor e gerente muito, mas muito mais antenado com os problemas do dia a dia da capital, até mesmo por ter sido o adversário que quase venceu Iris Rezende em 2016.