Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

16 nov

Nunca se saberá até que ponto a doença de Maguito influiu nas urnas do 1º turno em Goiânia, mas… influiu. E tanto que distorceu o cenário eleitoral e não deixou que nenhum instituto acertasse o resultado

O candidato do MDB Maguito Vilela venceu o 1º turno em Goiânia com uma diferença sobre o 2º colocado, Vanderlan Cardoso, do PSD, que não foi prevista por nenhum dos institutos que divulgaram pesquisas de intenção de votos durante o 1º turno – quando os dois oscilaram na dianteira, mas se mantiveram pelo menos na reta final em situação de empate técnico. Não há dúvidas, por isso, de que a infecção de Maguito pelo novo coronavírus e a via-crucis hospitalar que passou a viver despertou a compaixão das eleitoras e dos eleitores, além de ter permitido, através da trégua que recebeu dos adversários, que a campanha do MDB atacasse impiedosamente Vanderlan durante pelo menos três semanas de programas diários no horário da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, sem revide.

Quer os apoiadores do emedebista gostem ou não, o fato é que a Covid-19 foi o grande cabo eleitoral do 1º turno na capital. E há uma tese interessante sobre isso: Maguito, internado, deixou de aparecer na sua própria campanha e com isso reduziu o seu desgaste. São muitos os que acreditam que, em condições normais de visibilidade, ele permaneceria nos percentuais elevados de rejeição que ostentou no começo da corrida pelo Paço Municipal e até ganharia alguns pontos negativos. Mas, ao contrário, esses índices que caíram drasticamente a partir da intensificação do noticiário sobre a sua doença. Essa ocorrência é incomum porque a rejeição é um sentimento cristalizado, que só aumenta e nunca diminui, como podem atestar os demais postulantes à prefeitura de Goiânia, todos chegando ao dia da votação com índices maiores de ojeriza do que tinham no começo do processo eleitoral.