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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

30 nov

Pela votação menor que as abstenções, vitória de Maguito é a que tem menos legitimidade eleitoral em toda a história de Goiânia e só ganha dos prefeitos nomeados, que não tinham nenhuma

O novo prefeito de Goiânia Maguito Vilela, que segue internado em estado grave na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, sobrevivendo às custas de aparelhos extracorpóreos que substituem as suas funções vitais, foi eleito com apenas 256 mil votos – número bem menor que o número de eleitoras e eleitores que deixaram de comparecer às urnas, que chegou a 356 mil na capital e se constituiu na maior abstenção dentre todas as cidades onde houve 2º turno. Maguito, nesse sentido, só está acima dos prefeitos nomeados durante o regime militar, que não dependiam de votos para o mandato que receberam por decreto.

Somada aos votos brancos e nulos, a abstenção em Goiânia passou dos 400 mil inscritos para votar, o que leva irremediavelmente à conclusão de que o eleitorado omisso superou em mais de 60% os sufrágios recebidos pelo candidato do MDB. É uma matemática jamais registrada antes em eleições na capital, afetando seriamente a legitimidade política do novo prefeito, que, assim, foi levado ao cargo por fatores atípicos e com a aprovação de uma parcela mínima da população. Essa situação tende a se agravar com a posse do vice Rogério Cruz, uma vez que o titular dificilmente terá condições para assumir o comando do Paço Municipal diante das sequelas que ainda terá que enfrentar, caso consiga se recuperar do ataque do novo coronavírus.