Verdade sobre a capacidade física e mental de Maguito precisa aparecer com urgência: se ele tem “consciência plena”, como diz Daniel Vilela, por que não gravar um vídeo mostrando pelo menos algum gesto?
O prefeito de Goiânia Maguito Vilela tomou posse graças a uma “assinatura eletrônica”, expressão que não tem nenhum amparo legal e não passa de um documento remetido via email ou WhatsApp, ao qual se apõe uma assinatura, do próprio punho ou impressa, acreditando na sua autenticidade quem quiser. Juridicamente, o meio adequado para esse tipo de validação de documentos é o certificado digital. Maguito, que tem o título acadêmico de advogado e depois de deixar a prefeitura de Aparecida renovou a sua inscrição na OAB, dispõe, nessa condição, desse instrumento rotineiro na vida dos profissionais do Direito. Por que não o utilizou?
Acreditem, leitoras e leitores, o que houve, ou seja, a tal “assinatura eletrônica”, não passou de uma encenação. Um papel escaneado foi enviado, não se sabe para quem, e em seguida devolvido com algo parecido com a assinatura do prefeito. Isso, óbvio, não tem valor probatório nenhum. Não se pode falar em fraude, já que, de fato, houve uma eleição democrática, não contestada, e o nome dele teve a maioria dos votos, embora produto de um estelionato eleitoral que não é crime e sim uma jogada política não tipificada pela legislação. Só que, para a efetivação da posse, uma providência importante deveria ter sido tomada: um vídeo ou fotos mostrando Maguito tomando conhecimento e em seguida de alguma maneira dando credibilidade para o ato. Não aconteceu. Outros prefeitos, pelo Brasil afora, em Goiás, inclusive, tomaram posse dessa maneira, o de Goiânia, não. Mesmo porque o impacto de uma imagem do paciente ilustre da UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, neste momento, teria consequências imprevisíveis e poderia acelerar as especulações sobre a sua incapacitação física para exercer o comando do Paço Municipal.
Ninguém sabe como Maguito está, exceto seus médicos e o filho Daniel Vilela. Essa informação é secreta e está blindada com sete chaves. O que é certo é que já vive sob as sequelas do coronavírus. Das centenas que existem, grande parte gravíssima, quais o estão atingindo? Não há resposta. Vai voltar a falar? Recuperará suas faculdades mentais e intelectuais? Que tipo de vida levará depois de voltar para casa? As informações de Daniel Vilela não são confiáveis e continuam vendendo um otimismo sem a menor base médica, como sempre se esforçando para passar a impressão de que tudo vai no melhor dos caminhos e em breve chegará a hora da alta hospitalar e da volta às atividades normais. A curto e talvez a médio prazo, é impossível. O vácuo decisório está instalado no alto do Park Lozandes e deve prejudicar Goiânia em um crescendo, na medida até das desconfianças que pairam sobre o prefeito interino Rogério Cruz e das dificuldades naturais em tocar para a frente uma situação de poder provisória e instável.