Aliança para o futuro(1): Caiado, ao visitar o diretório estadual do MDB para convidar o partido para a sua chapa em 2022, surpreendeu e tornou irreversível a aliança com Daniel Vilela e Iris

A política, escreveu o pensador chinês, é a arte da guerra em tempo de paz. Em uma guerra, o poder de iniciativa e o elemento surpresa contam muitas vezes mais que o poderio dos Exércitos e até podem definir o resultado de batalhas mais que o armamento e as tropas. O governador Ronaldo Caiado, ao visitar de supetão o diretório estadual do MDB na sexta-feira, 20, para convidar o partido a indicar um representante para figurar na sua chapa da reeleição em 2022, mostrou que tem conhecimento de estratégia e a que chegou onde está não só pela sua biografia impecável e intransigente disposição contra a corrupção, porém também porque sabe mexer as peças do tabuleiro.
O MDB com o DEM no pleito do ano que vem significam a desidratação de toda e qualquer oposição, que fica sem oxigênio, ou seja, perde o fôlego que somente um partido da dimensão do comandado hoje por Daniel Vilela poderia garantir. Esse é o escopo maior da formação da chapa Caiado governador-Daniel vice, que gera um eixo de poder duradouro para Goiás, imprimindo seus efeitos lá na frente, talvez até, sem exagero, ultrapassando 2030: Caiado eleito em 2022, Daniel em 2026, Caiado de novo em 2030, sendo seguido por ele mesmo -a depender da capacidade física, uma vez que estará perto dos 80 – ou então Daniel de novo e por aí em diante.
O encontro entre Caiado e Daniel na sede do diretório do MDB foi a formalidade que abriu a temporada eleitoral, o que já estava passando de hora: são apenas 13 meses daqui até a data de urnas do ano que vem. Era hora. Existem reclamações dentro da base do governador quanto a essa aliança, assim como há emedebistas desesperados com a suja inevitabilidade. Essas insatisfações entram agora no radar de ambas as partes, mas, em princípio, não têm a menor possibilidade de criar atrapalhos significativos. São amplamente solucionáveis, tanto para Caiado quanto para Daniel, o primeiro enfrentando a indisposição de um conhecido criador de casos como o prefeito de Catalão Adib Elias, e o segundo com o inexperiente e imaturo prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha tentando se atravessar na sua garganta, mas nenhum, Adib ou Mendanha, com altura suficiente para impedir o sucesso da mais surpreendente e audaciosa articulação político-eleitoral já vista em Goiás.