Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

22 maio

Pesquisa Brasmarket está alinhada com o último levantamento do Serpes, mostrando números que consagram Caiado e colocam a oposição em Goiás à beira do abismo

Uma nova pesquisa sobre a sucessão em Goiás está nos jornais. É da lavra do instituto Brasmarket, que não chega a ser de primeira linha, mas, vejam bem, leitoras e leitores, tem credibilidade em razão do seu alinhamento com o 1º levantamento divulgado pelo Serpes, no início do ano. Nenhuma empresa de coleta e divulgação de dados eleitorais tem, no Estado, mais credencial que o Serpes, historicamente a que apresenta o melhor e maior saldo de acertos em mais de 30 ou 40 anos de pleitos sucessivos.

Este blog usa um conjunto de quesitos para definir qual instituto deve ser considerado e quais descartados, em Goiás. O principal é a sintonia com os números apresentados pelo Serpes. Nesse sentido, o Brasmarket acertou no alvo. Está plenamente de acordo e isso é da maior importância. Segundo o Serpes, no início de fevereiro, Caiado vence no 1º turno, com 37,1% das intenções de voto. Conforme o Brasmarket, idem, mas com o governador ostentando, três meses depois, 46,3%. É a mesma coisa, talvez com mais ênfase nessa última pesquisa. Um e outro institutos apontam para o desfecho que provavelmente vem por aí, caso não se altere o cenário hoje colocado para as eleições de outubro em Goiás.

Pequenas diferenças de metodologia explicam por que Caiado tem mais pontos no Brasmarket. Não é relevante. Pelo Serpes, o segundo colocado é Marconi Perillo, com 14,1%, com Gustavo Mendanha em terceiro, cravando 13%. Já para o Brasmarket, Mendanha é o segundo, com 16,1% e Marconi o terceiro, na faixa de 9,6%. Observem, amigas e amigos, que a proporção entre os candidatos, nos percentuais apresentados pelos dois institutos, é praticamente a mesma. Assim, se o Serpes já se mostrava um grande motivo de preocupação para os adversários de Caiado, o Brasmarket é quase que uma pá de cal na sepultura onde estão enterrados Marconi, Mendanha e Vitor Hugo (esse com 2,6% no Serpes e um pequeno salto para 6,1% no Brasmarket).

Em essência, Caiado, nas duas pesquisas, vence no 1º turno, mantendo intactos os votos que teve em 2018 e até ampliando um pouco com vistas às eleições que se aproximam. É uma façanha e tanto. Não perdeu nada do seu capital político, ao contrário, parece tê-lo aumentado. Uma das teses deste blog é que, além de fazer uma gestão decente e produtiva, que o Brasmarket apontou com aprovação de mais de 60%, não tem oposição. Pelo menos de qualidade ou minimamente eficiente. Mendanha só sabe falar bobagens sobre a gestão do governador, como a de que “não olha para os pobres”. Com mais de 20 programas sociais – permanentes – implantados, essa é uma mentira de pernas curtas. Marconi continua esquecido de que foi governador por quatro mandatos e, assim, teria o dever de formular com consciência alternativas para as políticas públicas em andamento no Estado. Não o faz, preferindo abusar da linguagem raivosa, competindo com a língua de trapo do deputado estadual Major Araújo, do qual as urnas próximas podem livrar Goiás para sempre, resta esperar. E Major Vitor Hugo segue a linha de fantasia de Mendanha. Diz, por exemplo, que Caiado, apesar de médico, nada fez pela Saúde em Goiás. Ridículo porque a verdade caminha em sentido oposto e evidencia que o atual governo é um dos mais realizadores quanto aos seus hospitais e serviços médicos ofertados à população, inclusive em termos de interiorização. Onde esses candidatos estão com a cabeça?

Um besteirol desse tamanho tira as possibilidades da oposição, que, desse jeito, não vai longe. Ficará, no máximo, com o seu tradicional terço de eleitores historicamente situados do lado contrário de qualquer gestão, qualquer uma. A pesquisa do Brasmarket deveria servir de alerta, mas não pode obrigar quem não quer ver a enxergar.