Bolsa-arma para mulheres vítimas de violência é um delírio inconsequente
Foi aprovado pela Assembleia Legislativa – em um quase certo momento de descuido do plenário – um projeto delirante do deputado Major Araújo propondo uma ajuda de R$ 2 mil reais para que mulheres vítimas de violência doméstica possam comprar uma arma e supostamente se defender de agressões.
Pode ter sido uma concessão dos parlamentares a um colega no terceiro mandato sem ter nada para mostrar além de insultos diários de baixo calão contra o governante da vez, agora Ronaldo Caiado, no passado Marconi Perillo e José Eliton. Ou seja: deram algo ao Major para que ele faça barulho junto aos seus eleitores, sabendo que não haveria consequências práticas: a matéria está fadada a ser vetada pelo Executivo ou então a não sobreviver a um questionamento judicial mínimo.
Até o jornal O Popular, em mais um dos seus insípidos editoriais, tomou posição contra a tal bolsa-arma, algo raro na história do jornalismo de secos & molhados da família Câmara. O texto tenta alinhar argumentos racionais contra uma ideia desarrazoada e insensata, que não se sustenta de pé por si própria. (Um parêntese: ninguém lê editoriais, seja de O Popular, seja de qualquer jornal; as únicas exceções conhecidas são o editor-chefe do Jornal Opção Euler Belém e o jornalista Nílson Gomes, esses de fato passam o pente fino em tudo da mídia).
Major Araújo é um deputado nocivo para Goiás e para a democracia. Faz parte do mundo de trevas do bolsonarismo troglodita. Um projeto seu apresentado anteriormente – e rejeitado – instituía a mesma bolsa-arma para todos no Estado, na base de R$ 1 mil reais para os interessados em comprar uma arma de fogo. Vejam só, leitoras e leitores, o tamanho da insânia. Mas não precisamos nos preocupar. Tudo0 que saiu da cabeça oca do Major deu em nada de concreto até hoje.