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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

07 fev

O passo errado de João Campos que o levou a perder tudo, até a saúde

Deputado federal por cinco mandatos, durante os quais não se preocupou em criar uma imagem estadualizada, ligada ao debate sobre as soluções para os grandes desafios que afligem Goiás, porém se dedicando de corpo e alma ao seu público evangélico e por fim bolsonarista raiz, João Campos enterrou em uma única e equivocada cartada em 2022 todo o patrimônio político acumulado ao longo da sua carreira e levou junto a própria saúde – quando inventou uma candidatura ao Senado sem lógica, sem base popular e sem estrutura partidária.

O resultado dessa aventura não foi outro senão uma aguardada derrota acachapante. Quinto lugar, com uma ninharia de votos (350 mil em um universo de mais de 4 milhões de eleitores). Massacrado pelas urnas, Campos entrou em depressão, começou a sentir dores no peito e daqui para ali foi parar no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde foi diagnosticada a necessidade de uma delicada cirurgia cardíaca, imediatamente realizada por conta das burras da Câmara Federal.

Disputar a senatória foi uma decisão sem lastro na realidade política e eleitoral de Goiás, ainda mais diante da falta de um perfil majoritário, agravado pela tentativa final e mesmo grotesca de se apresentar como representante do bolsonarismo radical – papel reservado a Wilder Morais, que faturou a vaga. O preço cobrado foi alto. Até hoje, mais de dez dias depois da cirurgia, João Campos continua internado em São Paulo, aguardando uma melhora. Quando voltar para Goiás, terá perdido a relevância e estará fadado a perder, nos próximos dias, a presidência estadual do Republicanos, que irá para Jeferson Rodrigues – o pastor que ocupou o lugar de Campos e ficou com os seus votos ao se eleger deputado federal no ano passado.