A reação ensaiada por Rogério Cruz para se viabilizar para a reeleição
Em dois movimentos, nos últimos dias, o prefeito de Goiânia Rogério Cruz começou a construir a viabilidade da sua reeleição em 2024 – a incorporação do ex-deputado federal Jovair Arantes ao Paço Municipal como articulador político e a surpreendente aliança com o PP do ex-ministro Alexandre Baldy.
Já é alguma coisa para quem não tinha nada ou quase nada, a não ser basicamente a tremenda importância do cargo em se tratando de uma eleição majoritária para o comando da capital. Jovair é macaco velho de bastidores e já começou a se infiltrar na Câmara Municipal, na tentativa de apaziguar uma relação por demais duradoura de conflitos com o Executivo. Seu desafio é provar que dá conta do recado. O PP, por sua vez, tem um peso duplo: é um dos três ou quatro maiores partidos de Goiás e oferece, de lambugem, o envolvimento do seu presidente estadual, o bem relacionado e cada vez mais cabeça coroada da política regional (e até nacional) Baldy.
Um pelo outro, os dois – Jovair e Baldy – têm relevância para a sucessão em Goiânia, a mais de ano e meio para a data das urnas. Mas depende de como serão instrumentalizados pelo prefeito – cujo maior trunfo, até agora, é a boa amplitude dos programas sociais implantados pela prefeitura, o IPTU Social e a Renda Família, com potencial de alcançar entre 5 e 10% da população, ainda a depender de uma decisão firme de Rogério Cruz no sentido de expandir o alcance principalmente do segundo, que paga um salário mensal para mulheres vulneráveis com filhos.
A sinalização está clara, portanto: o dono da cadeira número um do alto do Park Lozandes vai espernear para não ir ao vento e perder o assunto. E, aos poucos, está mostrando que tem munição para a batalha e que não vai entregar a rapadura sem luta.