Pé quente de Caiado para as finanças estaduais é confirmado pelo acordo de reposição do ICMS
O governador Ronaldo Caiado é, sim, habilidoso com a gestão administrativa e fiscal do Estado, que ele, em quatro anos, levou a uma estabilidade inédita graças a uma combinação de racionalização (em que o corte de despesas é o principal item), prestígio em Brasília para obter decisões favoráveis do Supremo Tribunal Federal e da União e, também, muita sorte.
Para lidar com o entra e sai de recursos dos cofres estaduais, Caiado é verdadeiramente um pé quente, como se diz na gíria popular. Em todas as paradas em que se mete, sai-se vitorioso. Agora, mais uma: o acordo fechado entre os governadores e o ministro da Fazenda Fernando Haddad para a reposição das perdas do ICMS em 2022 representa um novo impulso para Goiás, nos próximos três anos.
As leitoras e os leitores já sabem do acontecido: de cima para baixo, de olho na sua popularidade, o então presidente Jair Bolsonaro impôs no ano passado uma espécie de tabelamento do ICMS, como limite máximo de 17%, criando enormes dificuldades para os Estados. A essa altura, Caiado havia acumulado um caixa significativo, acima de R$ 7 bilhões (no momento chegando aos R$ 11 bilhões), e atravessou a queda de arrecadação sem atrasos nos compromissos. Mesmo assim, foram quase R$ 2,5 bilhões a menos. Bolsonaro perdeu a eleição. O rombo é parte da sua herança maldita.
Olhando para a frente: esse numerário vai reaparecer, com o acordo anunciado por Haddad. No caso de Goiás, em torno de 80% serão ressarcidos, neste ano, no próximo e em 2025. Parte compensada nas parcelas da dívida e parte via transferência de recursos, já que Caiado conseguiu desde há tempos uma redução drástica nas mensalidades graças a ajuda de uma milagrosa saladinha de letras – STF e RRF. De R$ 350 a 400 milhões, como nos tempos do PSDB, para menos de R$ 100 milhões por mês.
Tudo isso tem um significado: o que já estava bom, ficará melhor. Isto é: o governo do Estado seguirá nadando em dinheiro, recuperando o prejuízo da manta tomada lá atrás e garantindo condições plenas para Caiado fazer as obras que quiser e os programas que bem entender, em todas as áreas. Financeiramente, em um mar de rosas, ou melhor, de pecúnia. Todo mundo sabe que atender as famílias pobres é a grande prioridade. Até 2026, portanto, teremos uma gestão de realizações, de qualidade e sobretudo de solidariedade humana.