Taxação das comprinhas em sites asiáticos é punição para os pobres

O governo Lula está prestes a tomar uma medida equivocada, que nada mais é que punição para os pobres: a taxação das compras em sites asiáticos como Shein, AliExpress e Shopee.
Todas as explicações apresentadas até agora não justificam a decisão. Essa história de “contrabando digital” é ofensiva a quem encomenda uma camiseta ou um pendrive a preço de banana, recebe confortavelmente em casa e se livra da exploração eventual do comércio nacional.
Os produtos terão um aumento de 60% ou mais, quase o dobro. A primeira-dama Janja deitou falatório sobre a polêmica, argumentando infantilmente que os impostos serão cobrados das empresas e não dos consumidores. Isso, leitoras e leitores, é puro deboche. Empresas não absorvem custos, elas os repassam para seus clientes e ponto final.
Outro que entrou no assunto desrespeitosamente foi o ministro da Fazenda Fernando Haddad, ao dizer, do alto do seu pedestal, que “não conheço Shein, conheço Amazon, onde compro livros todo dia”. É uma visão elitista que corresponde a uma espécie de “danem-se vocês, que compram em sites internacionais”.
Consta que 500 mil pacotes chegam diariamente ao Brasil, vindos da China. Pode ser. Mas essa é uma realidade mundial. Isso acontece na maioria dos países, hoje. As mercadorias do trade eletrônico acabam cumprindo uma missão macroeconômica, qual seja a de segurar a inflação pelo planeta afora. São baratas e impedem que os varejistas locais impulsionem seus preços – no Brasil também, óbvio.
Na sua busca desesperada por dinheiro para cobrir os gastos do seu governo, Lula se sairia melhor perseguindo os ricos e deixando os pobres e a classe média se divertindo em paz com as suas comprinhas pela internet.