Matérias jornalísticas usam necropalavras para se referir ao PSDB de Goiás
Desde a derrota do ex-governador Marconi Perillo para o Senado, em 2022, pela segunda vez, as matérias jornalísticas sobre o PSDB de Goiás costumam recorrer sistematicamente a uma espécie de necrovocabulário, ou seja, usam fartamente palavras e metáforas relacionadas a uma noção de morte ou cadáver.
Não há nada de errado nem muito menos algum tipo de perseguição semântica contra o partido outrora mais poderoso da política goiana. Trata-se apenas de um recurso de linguagem para tornar os textos mais atraentes e decorre de uma interpretação mais criativa da realidade. Coisa rotineira para quem escreve, porém… muito significativa.
Neste domingo, 16, um exemplo: o Jornal Opção publica uma avaliação curta sobre a adesão da prefeita de Matrinchã Ivânia Fernandes ao União Brasil, depois de duas décadas no PSDB. A mini reportagem lembra o completo esvaziamento da legenda tucana no Estado, hoje humilhantemente reduzida a apenas quatro diretórios municipais – e, para piorar, tudo isso se passando sob a presidência de Marconi.
Algumas necrolocuções a que a reportagem inteligentemente recorre, com precisão e em poucas linhas, ao mencionar o PSDB: tranca do caixão, extrema unção, UTI, enterrado e corpo insepulto. E assim é em todos os jornais e sites de informações e de análises em geral. Não há dúvidas: a alegoria apropriada para o PSDB goiano, hoje, é a sua condição de defunto político.