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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

13 maio

Reatamento com Mendanha tem reflexo imediato na musculatura de Daniel Vilela

A candidatura a governador do vice Daniel Vilela, para 2026, está se desenhando como avassaladora. Pelas forças aglutinadas ao seu lado como representante da base aliada e pelo enfraquecimento jamais visto antes da oposição em Goiás, o filho e herdeiro político de Maguito Vilela caminha para se configurar como um nome quase imbatível para a sucessão do governador Ronaldo Caiado.

A recomposição com o ex-prefeito de Aparecida e candidato derrotado ao Palácio das Esmeraldas no ano passado Gustavo Mendanha reforçou consideravelmente a musculatura de Daniel. Mostrou capacidade de diálogo e articulação, foco na busca do objetivo maior situado daqui a quatro anos e, o melhor de tudo, afastou do jogo um adversário potencial – mesmo isolado e sem um projeto claro para o futuro, Mendanha poderia insistir em se lançar novamente para o governo e acabar por perturbar a montagem de um cenário seguro para o atual vice-governador.

É outro Daniel Vilela esse após a reconciliação com o seu antigo aliado aparecidense, um Daniel superiormente robusto. A cartada é também um fator adicional de fragilização da oposição, hoje mais perdida e debilitada do que nunca. Tudo indica que sobrará na raia o ex-governador Marconi Perillo, porém seriamente afetado pelos erros em série e pelas derrotas nas últimas eleições. O tucano e seu grupo perderam totalmente o capital partidário e eleitoral, parecendo sombras pálidas do que foram um dia.

Marconi é a única oposição certa para 2026. Bom para Daniel Vilela. Claro, há o PT, eterno fiasco nas eleições estaduais majoritárias, e alguns partidecos de esquerda radical como Psol e quejandos, nenhum capaz de ir além do papel de pedrinhas no sapato, ou seja, aptas a incomodar, mas não atrapalhar para valer. E, finalmente, a grande incógnita: o senador Wilder Morais, dono do PL em Goiás, um partido de respeito (conta com a maior bancada federal, tanto em Goiás quanto nacionalmente falando).

Não se sabe onde estará e o que fará Wilder Morais daqui até as próximas eleições governamentais. Ele é produto do bolsonarismo rasteiro, no momento em baixa acelerada, desorganizado e desmoralizado. Não é político, é um empresário na política. Ganhou o mandato por um acidente do destino, com apenas 25% dos votos. Isso, por si só, não o credencia a um voo em altitude elevada como a disputa pela cadeira de Caiado. Um conjunto de variáveis, no entanto, podem viabilizá-lo como o contraponto a Daniel Vilela, entre eles a eventual vitória de Vanderlan Cardoso para a prefeitura de Goiânia, em 2024, caso se candidate. Vanderlan, empoleirado no maior colégio eleitoral do Estado, sem dúvida apoiaria Wilder, já que tem a mulher Izaura Cardoso como primeira suplente do senador – ela assumiria por quatro anos se ele eventualmente se tornasse governador.

Tudo, por ora, são possibilidades. 2026 ainda está muito longe, embora algumas premissas já se coloquem como influentes e decisivas. Por enquanto, há uma conjuntura hiperbolicamente favorável a Daniel Vilela, em especial depois do reatamento com Mendanha. O vice-governador cresceu e apareceu.