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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

20 jul

43,4% de rejeição: vexame de Rogério foi contratado no dia em que dispensou o MDB

Estratosféricos 43,4% de rejeição: esse é o índice de Rogério Cruz na 1ª pesquisa Serpes, publicada neste fim de semana frio pelo jornal O Popular. Matematicamente, significa que Cruz não tem a mínima chance de mostrar um desempenho sequer razoável nas urnas que se aproximam. Vai perder, ainda por cima humilhado por ser um prefeito usufrutuário das regalias do cargo que não vai ver a cor do 2º turno.

Nas intenções de voto, Rogério patina nos 7%. Isso não é nada em termos dos 1,1 milhão ou mais de eleitoras e eleitores inscritos em Goiânia. É um vexame histórico. Porém, contratado no dia em que o prefeito enxotou o MDB do Paço Municipal. Não se dispensa uma legenda desse porte, em Goiás, em hipótese alguma. É, como foi, suicídio. Ao contrário, faz-se como fez o governador Ronaldo Caiado, que buscou o partido para a sua base de sustentação e garantiu, com um ano e meio de antecipação, a sua reeleição em 2022 com a tranquilidade da fatura liquidada no 1º turno.

Para se dar ao luxo de dispensar uma potência como MDB, Rogério Cruz pagou um preço elevado – qual seja, desceu por vontade própria para dentro de uma cova funda. Depois de tamanha insanidade, não haveria, como não houve, nenhuma saída possível para realizar uma administração exitosa e esticar para mais quatro anos o comando do 2º maior orçamento estadual, um pulo normalmente fácil e natural para quem está no poder. Ele mesmo detonou uma bomba para destruir os alicerces da sua administração e se inviabilizar irremediavelmente diante da opinião pública em Goiânia. Naquele momento infeliz, deu adeus à reeleição, inventada para esticar para oito anos o 1º mandato. Cruz jogou no lixo a sua chance de ouro e nada mais poderia tentar, condenado por esse gesto destrambelhado a enterrar o seu futuro.

O MDB hoje esfrega as mãos de satisfação. Mas é de se espantar, leitoras e leitores: apesar de fadado ao insucesso e à morte política como a certeza de que a noite vem após o dia e o dia após a noite, o Rogério não entrega os pontos. Sua estrutura e investimento de campanha (ooops… pré-campanha, como exige a legislação eleitoral) é maior que a de todos os outros candidatos juntos. Jornalistas, marqueteiros, cinegrafistas, produtores visuais e similares já passam de 100 profissionais envolvidos, a um custo exorbitante. Para quê, ninguém sabe. Cruz não vai a lugar algum. Talvez para o Rio de Janeiro, de onde veio. Ou para a África, onde passou parte da sua vida liderando a filantropia da Igreja Universal. Porque é irreversível: as urnas de outubro decretarão o ponto final da sua curta e meteórica carreira política, não por culpa de quem quer que seja, porém dele próprio e de mais ninguém.