Abocanhar os recursos do FCO, que são do setor privado em Goiás, é outra utopia que Caiado está perseguindo e não vai dar em nada, a exemplo do socorro que continua esperando de Brasília
Já estão alcançando um nível que pode ser definido como patético os esforços do governador Ronaldo Caiado para conseguir algum tipo de socorro financeiro, seja através do governo federal ou seja, agora, com a sua ideia infeliz de subtrair um terço do dinheiro do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, o FCO, para apropriação pelo governo de Goiás e utilização 50% em projetos de infraestrutura e 50% em custeio.
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Por tudo o que aconteceu até agora, tudo indica que o governador goiano está empenhando o seu prestígio em utopias que só servem para gerar expectativas vazias e paralisar a sua gestão. O socorro federal, segundo Caiado, seria estabelecido por um projeto a ser enviado para o Congresso, com aprovação em 30 dias, segundo a conversa que ele teve com os presidentes da Câmara e do Senado. Datas foram marcadas e anunciadas pomposamente: é hoje, é amanhã, é na semana que vem. Mas nada aconteceu. A equipe econômica do ministro da Economia Paulo Guedes continua resistindo a abrir as burras para os Estados, que têm tradição de aproveitar a ajuda de Brasília para mergulhar ainda mais fundo na lambança fiscal . O caso do FCO tem tudo para se caracterizar como mais uma derrota política para Caiado. O fundo tem finalidades muito específica de apoio ao setor privado, inscritas na Constituição Federal – o que exigiria, para uma mudança que permitisse o acesso dos governos dos Estados a esses recursos, uma emenda constitucional (que precisa de maioria qualificada de dois terços na Câmara e no Senado). Com o Congresso patinando na reforma da previdência, é um sonho achar que o foco dos parlamentares e da própria articulação política do governo federal poderia ser desviado para esse fim.
Caiado está se especializando em enfrentar batalhas perdidas, que danificam a sua imagem e sugerem que ele está perdido quanto às decisões que a grave situação financeira do Estado exige que ele assuma, mas das quais ele foge – como a adoção de um ajuste rigoroso de contas, inclusive na área do funcionalismo, na questão dos incentivos fiscais e também na necessária e urgente diminuição do tamanho da máquina administrativa do Estado.