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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

27 maio

Governo Zé Eliton tenta minimizar a responsabilidade e não passa no teste da sua primeira crise: a morte de 9 menores em um centro de internação superlotado, que deveria ter sido desativado em 2013

A morte de nove menores infratores em um Centro de Internação Provisória, em Goiânia, lançou o governo Zé Eliton em um esforço monumental para minimizar os danos e vender a imagem de que se tratou apenas de um acidente.

 

Não foi. Antes, era uma tragédia anunciada. O CIP estava em situação precária e superlotado, segundo os seus próprios servidores. Para piorar, em 2013 o então governo Marconi Perillo foi notificado pelo Ministério Público e se comprometeu a desativar o prédio (improvisado em um batalhão da PM) e construir outro, adequado, em 10 meses. Não cumpriu. O mau estado e as subcondições do CIP foram atestados pelo MP, pela OAB-GO e pela defensoria pública, além dos depoimentos dos funcionários.

 

Em pelo menos três notas oficiais sobre o assunto, a comunicação de Zé Eliton se esforçou para mostrar um quadro em que o governo estaria cumprindo todas as suas obrigações e até, em um desnecessário e antipático exagero, se destacando como o único Estado brasileiro a investir na ressocialização de menores apenados. Informações foram manipuladas na errônea tentativa de justificar o triste episódio e livrar a má administração do Estado da responsabilidade.

 

Faltou culpar os nove jovens mortos.