Queda na arrecadação será brutal e tende a comprometer o pagamento dos salários do funcionalismo público, a menos que o governo federal socorra de alguma maneira os Estados
Ninguém deve se iludir: a chegada da crise do coronavírus a Goiás, com a correta e pronta reação do governador Ronaldo Caiado ao determinar a suspensão da maioria das atividades comerciais e econômicas e outras medidas de restrição para a mobilidade, no intuito de prevenir a disseminação da doença, vai levar a uma queda – expressiva – da arrecadação de ICMS, a principal fonte de receita do governo do Estado, isso sem falar em outros impostos. Essa perda de recursos será sentida pelo os cofres estaduais daqui para meados do ano, aumentando consideravelmente as agruras financeiras que já acometem a administração, não sendo possível descartar nem mesmo alguma instabilidade capaz de prejudicar o pagamento em dia e completo da folha de pessoal (dado o seu excessivo peso, consumindo mais de 80% do caixa, a cada mês).
O governador já anunciou que os salários de março sairão até o próximo dia 30, mas o compromisso de quitar a folha dentro do mês trabalho é impossível de ser mantido a partir de abril. Não dá para imaginar que será possível para Goiás superar esse momento sem receber algum tipo de socorro do governo federal, em especial a sonhada autorização emergencial para contrair empréstimos e receber o aval da União. Caiado, quando assumiu, sabia que enfrentaria um desafio reservado a poucos homens públicos na história do país e do Estado, mas agora, com o coronavírus, as suas forças serão testadas no limite da exaustão.