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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

16 nov

Francisco de Oliveira assume vaga de Diego Sorgatto (eleito em Luziânia) na Assembleia, diz que será fiel a Marconi, mas acha que o PSDB precisa passar por uma reconfiguração urgente em Goiás

As eleições municipais deste último domingo produziram um novo deputado estadual: é Francisco de Oliveira, o Chiquinho, que assumirá no início de janeiro, como 1º suplente, a vaga de Diego Sorgatto, eleito pelo PSDB, mas posteriormente convertido ao DEM e por esse partido eleito prefeito de Luziânia. Se existe um adjetivo perfeito para definir Chiquinho é “experiente”. Outro, “ponderado”. E, de forma alguma, não é “maria vai com as outras”. Chiquinho não ganhou em 2018 por poucos votos, que poderiam ter sido complementados, por exemplo, pelas bases que tinha em Vianópolis, mas que perdeu na reta final por desígnios superiores. “Tiraram” Vianópolis dele e passaram para Sebastião Caroço, que se elegeu pelo PSDB, porém virou as costas para a sigla. Não, ele não alimenta nenhum rancor.

Chiquinho já foi aliado de Caiado, com quem mantém diálogo até hoje. Isso significará a partir da sua posse na Assembleia uma abertura, não adesão. A fidelidade a Marconi será mantida. Há, no ouvidos de Chiquinho, um anjo, de um lado, pregando prioridade para a sua futura reeleição e portanto uma postura pragmática em relação ao governo do Estado, e um demônio, de outro lado, defendendo um suposto crescimento político a partir de um comportamento parlamentar de oposição radical a Caiado, alinhando-se com Talles Barreto, Leda Borges e Gustavo Sebba, quadros que restaram para o PSDB na Assembleia e que são inamovíveis quanto ao confronto direto e permanente com o Palácio das Esmeraldas. Como se sabe, a chegada do novo deputado mexe a no equilíbrio de forças, já que sai um apoiador do governo e assume outro teoricamente alinhado com a oposição.

O PSDB já entrou derrotado nas últimas eleições municipais, ao conseguir lançar candidatos em apenas 20% dos municípios e nenhum nome de expressão nos grandes colégios eleitorais do Estado. Com as urnas apuradas, o que já era ruim ficou pior. Ao vencer em poucas cidades, de peso inexpressivo, os tucanos viraram pó de traque. Não têm nenhum futuro em Goiás, com o seu líder número um – Marconi Perillo – sob perseguição judicial e ameaçado de perda de direitos políticos a qualquer momento. Esse é o fardo que, agora, cai nas costas de Chiquinho e que ele não pretende carregar calado. O partido, acredita, precisa mudar, em Goiás e no Brasil, descartando até o seu desgastado nome atual. E urgente. É um caminho de pedras e difícil, claro. Pode ser que, depois de algum tempo, o novo deputado desista de dar murro em ponta de faca e procure também um rumo diferente.