A estratégia bem sucedida de Demóstenes para conquistar uma vaga na chapa governista: mostrar que é mais útil e confiável que a sempre distante e egocêntrica Lúcia Vânia

O procurador Demóstenes Torres está em campanha ostensiva para conquistar a segunda vaga ao Senado na chapa do governador José Eliton. Mas, perguntarão os leitores, esse lugar não está automaticamente reservado para a senadora Lúcia Vânia, que chegou até a quase ser consagrada publicamente como candidata à reeleição por Eliton e Marconi Perillo e portanto presumidamente titular da segunda vaga?
Sim, mas fatos novos surgiram, entre eles a decisão do Supremo Tribunal Federal que revogou a inelegibilidade de Demóstenes. E Demóstenes não é um político qualquer: ágil, o ex-senador saiu imediatamente a campo e tem mostrado notável mobilidade, repetindo quase que diariamente que a segunda vaga ao Senado na chapa governista está em aberto e deve ser preenchida mediante critérios objetivos de qualidade política e eleitoral – pesquisas, consistência, até prévias, que ele não teme – e com o aproveitamento de pelo menos um filtro subjetivo: ele não diz, mas deixa bem claro que o nome a ser ungido teria de ser aquele que se mostrasse mais útil e confiável para o grupo Marconi-Eliton e seu esforço de sobrevivência no poder.
Dia e noite, a título de amostra, Demóstenes tem se mostrado onipresente nos eventos da base, desdobrando-se em discursos, declarações, entrevistas, artigos e, enfim, na ampla formulação de uma defesa maiúscula e inteligente do projeto governista. É o que, exatamente, Lúcia Vânia nunca fez nem faz. Ninguém sabe por onde ela anda. Afonso Lopes, do Jornal Opção, a chama de “isolacionista”. Lúcia Vânia, quando aparece, é para dizer que egocentricamente está disposta a ser candidata, caso reconheçam os seus méritos e peçam por favor.
É uma diferença de postura, entre Demóstenes e Lúcia, em relação à base governista, simplesmente abismal.