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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

25 jul

Zé Eliton esnoba Vilmar Rocha e diz que, se for procurado, está disposto a conversar. Veja bem, leitor: é ele, como candidato, que deveria buscar diálogo com o presidente do PSD

São várias as gafes do governador Zé Eliton na entrevista ao apresentador Jackson Abrão, publicada nesta terça-feira em O Popular.

 

Uma delas foi a referência que fez ao ex-deputado federal e atual presidente estadual do PSD Vilmar Rocha – um político que, goste-se dele ou não, tem uma história construída dentro da base governista instalada há 20 anos em Goiás.

 

Olha só, leitor, a superioridade imperial de Zé Eliton ao se referir, na entrevista, a Vilmar Rocha, em palavras textuais: “Não tenho dificuldade de dialogar com quem quer que seja, especialmente com o ex-secretário Vilmar Rocha. Caso ele busque esse diálogo, não terei dificuldade nenhuma em conversar com ele”.

 

O entrevistador colocou a bola na marca do penâlti para o governador chutar, ao perguntar se ele “buscaria diálogo com Vilmar para confirmar o PSD na base governista”. Zé Eliton chutou para fora. Políticos habilidosos e experimentados sabem que é preciso ter cuidado com as palavras para não gerar melindres e insatisfações sem necessidade. E quem é candidato a cargos majoritários deve observar rigorosamente essa regra, evitando perda de apoios.

 

Mas, se Vilmar Rocha for atrás de Zé Eliton, este fará o favor de aceitar conversar com ele. Um político amadurecido como o tutor do atual governador, o ex Marconi Perillo, jamais deixaria escapar uma frase arrogante como essa. Ao contrário, diria que ele é que iria procurar Vilmar, pela sua importância, para um esforço de diálogo. Zé Eliton não aprendeu nada em quase oito anos aos lado de Marconi. Se aprendeu, esqueceu.