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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

30 jul

Bottom Zé Eliton “ficha limpa” antecipa um dos principais temas da campanha: pela lei, ele é, sim, “ficha limpa”, mas moralmente, conforme Caiado, não é, pois responde a processos de improbidade

Um bottom usado pelas mulheres que foram ao encontro do PSDB no último fim de semana afirma que Zé Eliton é “ficha limpa”(fotos acima).

 

Pela conceituação da Lei da Ficha Limpa, Zé Eliton é, sim, “ficha limpa”, ou seja, não tem condenações em 2ª instância, proferidas por colegiado de juízes ou qualquer outra restrição e, portanto, está livre para se candidatar nas próximas eleições.

 

Mas, conforme o principal mote da campanha de Ronaldo Caiado, o tucano não é “ficha limpa”. Caiado proclama aos quatro ventos que não responde a processos por improbidade, em uma clara tentativa de se diferenciar de Zé Eliton – que está envolvido nesse tipo de procedimento judicial, conforme se pode ver no especial de O Popular sobre os governadoriáveis, onde Zé Eliton se destaca como o único dos sete candidatos a responder no Judiciário a denúncias de improbidade administrativa, como réu.

 

O Popular aponta dois processos, um gerado por um contrato de advocacia de Zé Eliton com a Câmara Municipal de Bela Vista e outro pela contratação de aviões quando foi presidente da Celg. O pior é que o especial do jornal está completamente equivocado e induz os leitores a erro, favorecendo Zé Eliton: uma consulta ao site do Tribunal de Justiça, aliás sugerido pelo próprio O Popular, mostra que o governador é protagonista não de dois, mas de 15 processos por improbidade administrativa, todos por contratar escritórios de advocacia  na época da Celg.

 

Na definição da lei, Zé Eliton é “ficha limpa” e pode se candidatar. Mas, conforme a proposta de Caiado, não é, pois responde a processos por improbidade. Legalmente, é “ficha limpa”. Moralmente, não, diz o candidato democrata.

 

Essa discussão ainda vai longe nessa campanha.