Zé Eliton ficou a favor da licença-prêmio a juízes para obter “empréstimo” de um fundo do Judiciário que aliviaria nas contas do Estado. Por isso, ele assumiu o desgaste e até deu declarações de apoio
A licença-prêmio retroativa 20 anos, que o Tribunal de Justiça tentou aprovar para os juízes, acabou se transformando em desgaste para o Judiciário, diante da forte reação da sociedade – tanto que o projeto de lei sequer foi enviado para a Assembleia Legislativa (embora há quem diga que foi, sim, e que foi sigilosamente retirado depois).
Um vídeo que circula na internet mostra que o governador Zé Eliton foi favorável à licença-prêmio. Ele fala ao lado do presidente do Tribunal de Justiça, Gilberto Marques, e diz que “eu não tenho dúvidas de afirmar que o projeto apresentado pelo Judiciário atende ao interesse público, na medida em que você tem instrumentos compensatórios, no caso de despesas do próprio Judiciário”.
Posteriormente, quando o assunto virou polêmica, o governador se calou. Quando O Popular dirigiu uma pergunta sobre a licença-prêmio aos governadoriáveis, Ronaldo Caiado e Daniel Vilela disseram cabalmente ser contra. Zé Eliton, não. Em uma resposta mais curta que a dos adversários, ele tergiversou, enrolou, não desaprovou e disse que essa seria uma questão a ser decidida pelos canais competentes.
Por que o governador, que é candidato a mais quatro anos de poder, se posicionou tão mal no episódio? A resposta tem duas vertentes: uma, ele errou na avaliação do repúdio da sociedade ao privilégio e, outra, o interesse em transferir para a Secretaria da Fazenda, temporariamente, o saldo milionário de um dos fundos do Poder Judiciário, coisa superior a R$ 100 milhões, que poderia trazer alívio temporário para as contas do Estado – mas a operação depende da concordância do TJGO.
Como sempre, Zé Eliton foi governador e não candidato