Chapa governista ficou pouco representativa e fechada demais no PSDB, além de incluir até candidato – como Vilmar Rocha, 1º suplente de Marconi ao Senado, que não vai pedir votos para Zé Eliton
A chapa que acabou sendo montada pela coligação liderada pelo PSDB ficou pouco representativa, do ponto de vista partidário, ao incluir três nomes tucanos – Zé Eliton, Raquel Teixeira e Marconi Perillo. O quarto nome, Lúcia Vânia, é do PSB, mas carrega o DNA marcante do PSDB, onde passou a sua vida política.
Pior: as duas mulheres reforçam a chapa, quanto a igualdade de gênero e isso é positivo, mas ambas são muito mal vistas entre os políticos da própria base governista. Raquel Teixeira, como secretária da Educação, não recebia deputados e prefeitos e só abria exceção se, antes, eles enviassem email informando o assunto e quem estaria na audiência. Lúcia Vânia, há um mês atrás, foi duramente criticada por Jovair Arantes, do PTB, e Magda Mofato, do PR, como uma senadora que só pensa em seus próprios interesses e nos de seu sobrinho, o deputado federal Marcos Abrão, do PPS. Jovair e Magda chegaram a dizer que não trabalhariam pela eleição de Lúcia.
Para complicar, a vaga de 1º suplente de Marconi ao Senado foi para o presidente estadual do PSD Vilmar Rocha, que, assim que foi confirmado, apressou-se a dar declarações avisando que não subiria no palanque nem pediria votos para Zé Eliton. Vilmar passou o último ano disparando pesadas críticas contra o atual governador, a quem acusou de “despreparado” e “inadequado” para governar Goiás. E finalmente, uma constatação: a chapa foi produzida totalmente nos bastidores, em ajustes fechados entre o governador e o ex, sem consulta a mais ninguém e sem legitimação do conjunto político que lideram.
Para Zé Eliton, portanto, a chapa que ele encabeça está longe de ser um “time dos sonhos”, mais parecendo uma espécie de único acerto permitido a ele e Marconi, com os dois decidindo na defensiva, sob a onda de defecções de partidos e aliados para a oposição, e não como nos bons momentos do Tempo Novo, quando os adversários é que trabalhavam sob pressão.