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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

08 ago

Excesso de parentes dos candidatos – principalmente Caiado, Marconi e Zé Eliton – em atos de campanha e fotos nas redes sociais incomoda e parece coisa forçada para suavizar a imagem

Os políticos em Goiás têm um hábito que não se observa no resto do país: eles gostam de se exibir em público rodeados de familiares, talvez com a intenção de mostrar que são pessoas comuns, gente como a gente, que valorizam os parentes – como todo mundo. No fundo, é só uma estratégia para tentar suavizar a imagem.

 

Mas, em excesso, não há o que não faça mal. No último fim de semana das convenções, eles mais uma vez extrapolaram. Daniel Vilela, o mais moderado nesse quesito, colocou a mulher Iara para discursar… e fazer elogios a ele. Quanto a todos os demais, foi um verdadeiro festival de esposas, filhas e filhos, pais e mães, com declarações apaixonadas e uma enxurrada de fotos na internet.

 

Ronaldo Caiado, que já não desprega da mulher, Gracinha, uma das principais oradoras em seus eventos, agora anexou três filhas e um filho às suas exibições públicas. José Eliton levou para o palco da convenção não só a mulher, Fabrina, como também o pai e a mãe. Marconi Perillo entrou no ginásio Goiânia Arena de mãos dadas para cima, em triunfo, com Valéria e uma das filhas. Tudo documentado com imagens abundantes nas redes sociais e posts tentando demonstrar amor e carinho.

 

Não sei se é preciso tanto. Parentes, em política, infelizmente, levam inevitavelmente à lembrança de privilégios e familiocracia. E fica parecendo coisa forçada para arrancar simpatia do público. Ao contrário, deveriam ser preservados de tamanha exposição. E o que têm a dizer não tem valor algum: críticas, não fariam jamais. Comedimento faz bem. Talvez um cachorrinho de estimação no colo fosse mais produtivo.