Com dois debates realizados, já dá para concluir que Caiado não foi bem preparado, está preso aos cacoetes parlamentares, tem dificuldades com o tempo e as regras e não fala com clareza
Para se sair bem em um debate entre candidatos a cargos eletivos é preciso seguir algumas regras básicas – que o democrata Ronaldo Caiado está desprezando e por isso nos dois primeiros encontros promovidos pela rádio Interativa e pela TBC acabou não passando uma impressão de capacidade pessoal correspondente ao 1º lugar que ocupa nas pesquisas.
Ou seja, o democrata tinha a obrigação de ser o melhor ou, no mínimo, um dos melhores.
Caiado foi para os dois debates sem pleno conhecimento das regras de cada um – ou, se sabia, acabou esquecendo. Graças a isso, em alguns momentos mostrou-se confuso e perdido. Depois, não dominou com precisão a questão do tempo, tendo sido interrompido pelos mediadores várias vezes, com o esgotamento dos minutos e segundos a que tinha direito. Além disso, mostrou que está muito contaminado pelos cacoetes da vida parlamentar, como, por exemplo, quando chamou Daniel Vilela de “vossa excelência”, na TBC.
Falta também alguma clareza e objetividade. Em um debate, como o prazo para as colocações é muito exíguo, a exatidão no uso das palavras é de maior importância. Nesse quesito, vale o exemplo de Kátia Maria e Daniel Vilela, os dois acrescentando ainda uma outra vantagem: falam em tom coloquial, sem entonação de discurso, construindo frases na ordem direta, sem volteios. Isso é bom porque estabelece uma conversa com quem está assistindo, sem barreiras formais.
Dado ao seu potencial, esperava-se mais de Caiado.