Momento é favorável a Caiado, que não enfrenta qualquer oposição consistente e finalmente abriu uma agenda de reformas à altura de modernizar Goiás e superar a crise fiscal
O Plano Mais Brasil, saudado como uma verdadeira redenção nacional pelo mercado, abre perspectivas para o governador Ronaldo Caiado e a agenda de reformas que, finalmente, resolveu corretamente empreender para tirar Goiás, digamos assim, do estágio colonial em que o Estado ainda vive. Caiado, com a nova previdência dos servidores estaduais e com a futura venda, já autorizada pela Assembleia, de 49% das ações da Saneago, deflagrou um processo de modernização e adequação da máquina governamental sob o seu comando que, definitivamente, está atrasado em pelo menos 10 anos.
Esse é o período de tempo que os governos do PSDB gastaram à toa, sem trazer avanços para Goiás e mantendo o Estado afundado no modelo de desequilíbrio entre receita e despesa que já dava sinais de esgotamento no início da década. O ex-governador Marconi Perillo não enxergou esse cenário, com um projeto de gestão que no máximo repetia os parâmetros dos seus dois primeiros mandatos. Só que não dava mais. O mundo mudava em ritmo acelerado – e foi isso, fora os deslizes pessoais, que levou ao massacre nas urnas em 2019, com o eleitorado goiano elegendo uma proposta conservadora, porém sinalizando ser capaz de buscar de volta os trilhos da racionalidade e da moralidade administrativa.
É isso que Caiado finalmente entendeu. Não se esperam do seu governo obras grandiosas nem muito menos macroestruturantes. Nada disso. Ele foi eleito para simplificar as coisas para a população e tirar o Estado das manchetes policiais. Em termos de políticas públicas, é só isso que deveria fazer: apenas responder aos desafios da Educação, da Saúde e da Segurança, basicamente. Nesta última área, está se saindo melhor do que a encomenda. E, adicionalmente, alisar as rodovias e fazer alguma política social, centrada, e não jogar dinheiro para cima como fizeram os governos passados – inutilmente, já que os dados disponíveis são da maior gravidade, apontando para a existência de 800 mil famílias em situação de vulnerabilidade em Goiás.
O momento inicial do governo Caiado, à procura de um rumo, já foi superado. Muitas premissas já estão plantadas e se desdobrando em resultados positivos, com uma vantagem: cada vez mais, a administração se distancia do que foi a regra cotidiana dos antigos governantes. A agenda é outra. Pena que a oposição não tenha acompanhado e insista em uma estratégia envelhecida, propugnando uma volta ao que já foi e que, se voltasse, não funcionaria de jeito nenhum. É pra frente que se anda e Caiado demorou, mas agora está, enfim, com os seus passos nesse rumo.