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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

27 nov

Isso é sério: presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio não tem o direito de advogar contra Goiás e se apequena ao defender a Enel e pisotear o compromisso social e político do cargo que ocupa

Inaceitável. Intolerável. Incábivel. Inadmíssivel. E vão por aí os adjetivos a que se pode recorrer para definir o comportamento do presidente estadual da OAB Lúcio Flávio de Paiva ao aceitar um contrato para defender a Enel… contra Goiás. Para qualquer habilitado da advocacia, seria legítimo e perdoável, ainda que contrariando um interesse coletivo, mas não para quem simplesmente é o líder maior de uma instituição com mais de século de tradição na luta pelos direitos gerais da população.

Para começo de conversa, ninguém pode ser ingênuo a ponto de acreditar que Lúcio Flávio de Paiva foi chamado pela Enel em uma decisão apenas técnica. É claro e óbvio que pesou o título que ostenta e que deveria levá-lo a ser seletivo na aceitação de clientes. Claro que irregular ou ilegal o contrato dele com a companhia italiana não é. E mesmo admitindo a ideia de que só foram levados em conta critérios profissionais, tem algo aí muito, mas muito imoral.

É o caso de lembrar a advertência do então deputado Roberto Jeferson, em uma CPI da Câmara Federal quando surgiram as primeiras denúncias sobre o mensalão do PT, dirigindo-se ao ministro da Casa Civil, na época, José Dirceu: “Sai daí, Zé”. José Dirceu não saiu e deu-se a tragédia anunciada que acabou o levando para a cadeia.

Sai daí, Lúcio Flávio. Rápido.