Medidas contra o coronavírus precisam ser radicalizadas em Goiás: se o momento ideal, que é agora, for perdido, situação pode se agravar como ocorreu na Itália
Para enfrentar a disseminação do coronavírus, com eficiência, só há uma saída; a radicalização das medidas de prevenção. Qualquer leniência pode levar ao que aconteceu na Itália, que se tornou o epicentro da doença na Europa e passou a exportá-la para o mundo ocidental, inclusive… Goiás, onde uma das pacientes confirmadas veio de lá. Um dos erros que as autoridades italianas cometeram foi manter as primeiras pessoas contaminadas em isolamento em casa, o que acabou ajudando na propagação, uma vez que, domesticamente, a quarentena jamais seria rigorosa como em estabelecimentos médicos ou então designados para isso.
Vale lembrar que, em Goiás, os casos confirmados até o momento – quatro, pela contagem da manhã deste sábado, 14 de março – também estão sendo tratados em sistema de isolamento residencial. Pode não ser o mais recomendado. O governo do Estado também hesita em suspender as aulas, coisa que outros Estados já determinaram, corretamente. O coronavírus tem que ser levado a sério. A manchete da Folha de S. Paulo, deste sábado, remete a entrevistas com epidemiologistas experientes que dizem, com a maior clareza possível: o Brasil, para evitar os efeitos maléficos da epidemia, precisa parar. Todas as atividades com escopo coletivo ou de contato entre pessoas deveriam ser suspensas, dentro de uma escala de prioridades que fecharia em primeiríssimo lugar igrejas, escolas, academias, jogos de qualquer natureza, cerimônias (inclusive velórios e casamentos), festas, casas de eventos e adicionando a tudo isso regras especiais para os quarteis militares e os prestadores de serviços públicos essenciais, dentro de prazos maleáveis.
Já se disse aqui: o governador Ronaldo Caiado é um médico de credibilidade e não há dúvidas de que as goianas e os goianos podem confiar inteiramente na liderança dele neste instante de preocupação e expectativa. E ele mesmo já disse que não hesitará em tomar as decisões que, mesmo contrariando uns e outros, possam salvar vidas – ou uma única vida. Vamos aguardar suas orientações, portanto, mas que sejam rápidas e efetivas.