Iris fracassa com a campanha de vacinação contra a gripe e, pior ainda, posterga medidas de alívio financeiro para a população para evitar prejuízos – temporários – para a arrecadação da prefeitura
O prefeito Iris Rezende, geralmente um bom administrador em matéria de obras e de reorganização administrativa dos órgãos de governo que assumiu ao longo da sua vida, está deixando a desejar com a crise do coronavírus. Ele tem mostrado lentidão nas reações, tornou a prefeitura da maior cidade do Estado uma coadjuvante apagada das ações de prevenção contra a nova doença e, no único desafio sério que foi chamado a enfrentar até agora, não conseguiu garantir para a população idosa a vacina contra a gripe de rotina.
O fiasco é monumental. A campanha imunizou por apenas um dia e em seguida acabou o estoque de vacinas. Mesmo nesse único dia, registraram-se filas e aglomerações que exigiram uma intervenção pessoal do governador Ronaldo Caiado, que, como se sabe, foi até o estádio da Serrinha para dispersar a multidão que se aglomerava ali para receber a sua dose. No momento, a vacinação está paralisada. Por problemas de logística, que o Paço Municipal deveria ter antecipado, não chegaram vacinas suficientes. Se o coronavírus der um salto na capital, a culpa, não restará dúvida, será das oportunidades de proliferação oferecidas por essa ação desastrada da Secretaria municipal de Saúde.
Para piorar, Iris, com a sua verve fiscal mais acesa do que nunca, mergulhou em silêncio quanto à cobrança dos impostos e taxas municipais. Quem conhece o prefeito de Goiânia sabe que ele, antes de tudo, é um arrecadador de tributos como não há igual em outra parte do país. Ao longo de sua carreira, sempre se mostrou um feroz e implacável caçador de tributos. É por isso, mesmo com a crise do coronavírus se abatendo sobre todos os segmentos da população e do comércio, que está se mantendo omisso quando a qualquer solução protelatória, adiamento das parcelas do IPTU, aumento de prazo para o recolhimento do ISS ou qualquer coisa semelhante (Aparecida e Trindade, por exemplo, já ampliaram os prazos para os seus contribuintes). Antes, está claro que ele prefere tentar salvar o caixa da prefeitura, uma das poucas do país que tem gordura financeira disponível para queimar no atual cenário de emergência, a apoiar com algum alívio as goianienses e os goianienses.
Está faltando a Iris mostrar que é também um bom gestor em tempos difíceis para todos.