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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

23 abr

Falta de ética nas denúncias com base em provas e argumentos distorcidos deveriam envergonhar deputados que tentam minar o trabalho de Caiado no enfrentamento ao coronavírus

Aproveitando que as redes sociais, como já disse o escrito Umberto Eco, são a oportunidade para que os tolos e os imbecis tenham voz, alguns deputados estaduais de oposição têm feito denúncias irresponsáveis, antiéticas e baseadas em provas e argumentos distorcidos contra o governo do Estado – mostrando um tipo de comportamento que deveria envergonhar quem o escolhe e assim renega o mandato obtido nas urnas para representar com seriedade e responsabilidade os seus eleitores.

É o caso de Major Araújo, Alysson Lima, Humberto Teófilo e Eduardo Prado, os quatro do submundo da política em Goiás. O primeiro, Major Araújo, inculpou a Secretaria estadual de Saúde por comprar máscaras descartáveis a preços superfaturados, com base em um reles anúncio de internet onde o produto era oferecido a custo baixo, porém sem disponibilidade de estoque. Alysson Lima é aquele que acusou o governador de vetar um projeto que proibia o corte de serviços de água, luz e telefone em Goiás, matéria ostensivamente inconstitucional e, de resto, já resolvida com um acordo de cavalheiros entre o governo do Estado e as concessionárias que oferecem esses serviços: ninguém, em Goiás, enquanto durar a pandemia, sofrerá qualquer tipo de interrupção no fornecimento, mesmo não pagando as faturas mensais. Mesmo assim, o Alysson Lima quis fazer média sugerindo que Caiado seria contra o alívio aos consumidores.

Voltando ao Major Araújo: segundo ele, em plena situação de calamidade sanitária, social e econômica, a Codego estaria comprando um carro de luxo, algo absolutamente incompatível com a condição de emergência que as goianas e os goianos estão vivendo. Sim, seria tudo isso… se fosse verdade. Major Araújo destacou no edital de compra, suposta prova da sua denúncia, apenas o trecho que se refere a uma pickup cabine dupla, nada mais, o que aparentaria um injustificável excesso da administração. Só que omitiu, por malandragem, e isso partindo de alguém que tem sobre os ombros o peso de ser oficial da PM, o que vinha a seguir, ou seja, a caracterização do veículo com escadas, caixas de ferramenta e outros instrumentos apropiados para os serviços de manutenção de equipamentos públicos nos distritos industriais onde está destinado a trabalhar.

Vamos aos dois últimos: os tenebrosos Humberto Teófilo e Eduardo Prado, inventores da oposição fisiológica na Assembleia, ou seja, aqueles parlamentares que defendiam o Executivo com unhas e dentes, mas mudaram-se para o lado contrário ao perder cargos e interesses que beneficiavam apaniguados e, pior ainda, parentes como o irmão de um e a mãe de outro. Ambos se valem de uma linguagem debochada para atacar o governador, absolutamente incompatível com a dignidade ou o decoro exigidos pelo mandato legislativo, um deles – Humberto Teófilo – também se prestando ao carnavalesco papel de circular com uma espiga de milho de isopor para tristemente  reclamar dos seus interesses não atendidos.

Goiás não merece esse tipo de oposição. Sim, temos que admitir que o oposicionismo sempre inclui algum tipo de leviandade e, mais ainda, é irrecorrivelmente necessário em todo e qualquer sistema político, funcionando como freio e contrapeso para o poder. Mas são precisos ideias, que os quatro não têm, não o que malucamente – o adjetivo é esse mesmo – fazem, em última análise desmoralizando a classe política que eles mesmo integram.