Em uma coincidência que sugere manipulação eleitoral de informações, reintubação de Maguito foi anunciada assim que as urnas foram fechadas
Há uma suspeita no ar: não só agora, mas desde quando foi inicialmente acometido pelo novo coronavírus, as informações sobre o estado de saúde do candidato do MDB a prefeito de Goiânia Maguito Vilela estão sendo manipuladas com o objetivo de atender aos objetivos da sua campanha – ganhar, é óbvio – e render dividendos eleitorais. É por isso que Maguito, mesmo sempre em condições “estáveis”, foi piorando, piorando a ponto de, hoje, justificar a existência de dúvidas razoáveis sobre a sua real situação na UTI do Hospital Albert Einstein, onde uma diária em leito normal chega a custar R$ 5 mil reais (lembrando que a passagem de 17 dias do presidente Jair Bolsonaro pelo Albert Einstein, após a facada de Juiz de Fora, ficou em R$ 400 mil reais).
Em uma coincidência altamente conveniente, bastou o encerramento da votação, às 17 horas, para que a família e o MDB anunciassem que o emedebista voltou a ser intubado, embora “muito bem” e, como sempre, “estável”. Apesar de nenhum deles admitir, na linguagem dos comunicados oficiais do partido, do filho Daniel Viela e do genro médico Marcelo Rabahi, “estabilidade” passou a ter um novo significado, ou seja, piora contínua, para bons entendedores. A finalidade por trás dessa pelotica é manter acesa a compaixão das eleitoras e dos eleitores pelo calvário de Maguito (e o alvo agora são os votos do 2º turno), por um lado, e, por outro, criar a imagem de que apesar da gravidade do que passa, ele pode, sim, ser eleito prefeito de Goiânia e vai atender, também, oportunamente, as exigências colocadas pelo pesado cargo que eventualmente possa vir a assumir.
Em princípio, é de boa fé acreditar em tudo o que tem sido informado pelos interlocutores do paciente ilustre. Mas desconfiar é preciso. O Brasil tem tradição de pouca transparência quando de trata da saúde de políticos, mesmo colocando suas vidas em risco, a começar pelo caso emblemático de Tancredo Neves, que pagou com a morte pelos equívocos com os cuidados de que necessitava em um momento de fragilidade aguda. Por isso, por tudo que se disse até agora de estranho e de contraditório sobre a evolução da Covid-19 de Maguito, é que se postulam maiores e mais claros esclarecimentos, até mesmo para a sua proteção e honestidade diante das eleitoras e dos eleitores.