Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

01 dez

Ibope erra em Goiânia e outras capitais: ditadura das pesquisas precisa ser derrubada no Brasil, em especial no caso das que são divulgadas pelo mais poderoso meio de comunicação do país, a Rede Globo

Mais uma vez, o Ibope errou feio, às vésperas da data do 2º turno, ao prever a vitória do candidato do MDB Maguito Vilela a prefeito de Goiânia, que, segundo a pesquisa do instituto, aconteceria por 59% dos votos contra 41% para Vanderlan Cardoso, do PSD. Abertas as urnas, no dia seguinte, não foi o que aconteceu: Maguito teve apenas 51%, uma diferença de 7 pontos em relação ao Ibope, um ponto fora da curva mesmo em se considerando a margem de erro de 4 pontos para mais ou para menos, enquanto Vanderlan fechou com 47%, 6 pontos acima do calculado pelo levantamento do Ibope.

O instituto tem uma tradição de erros graves em Goiás, onde sempre pairou a suspeita de que os seus números são maquiados e eventualmente atendem a interesses partidários. O Ibope trabalha para quem pagar, ou seja, é uma espécie de empresa mercenária, atrás de faturamento e de quem oferece mais, ao contrário do Datafolha, por exemplo, que não aceita encomendas de partidos ou de políticos. Isso seria de menos, não fora o fato de que, infelizmente, os seus trabalhos são divulgados pela Rede Globo, o mais poderoso veículo de comunicação do país, alcançando grande repercussão Isso, no final das contas, pode acabar influenciando as eleitoras e os eleitores e precisa acabar. Em Porto Alegre, o Ibope se danou ao dar um dia antes da eleição a vitória da candidata da esquerda Manuela Ávila, que, apuradas as urnas, foi derrotada por 5 pontos por Sebastião Melo. Não dá mais para conviver com esse tipo de distorção, proposital ou não.