Luiz do Carmo teve uma chance reservada a poucos, ou seja, 4 anos no Senado, sem um voto para isso, jogou fora e agora, se tiver juízo, candidata-se a deputado federal e olha lá se conseguirá se eleger

O senador pelo MDB de Goiás Luiz do Carmo, na verdade, não é um senador. É alguém que desceu de paraquedas no Senado Federal, a mais importante Casa legislativa do país, sem ter recebido um único voto isso, tendo sido beneficiado pela ocupação da 1ª suplência do titular Ronaldo Caiado, que renunciou ao mandato em 1º de janeiro de 2019 para assumir o governo de Goiás – e não fora isso teria continuado a ser o que, de fato, é: um ninguém da política estadual.
Carmo ganhou uma chance de ouro: quatro anos de mandato como senador, que ele jogou no lixo, como uma figura apagada e sem expressão no Congresso Nacional, maior palco da história política nacional. Pela foto acima, verão as leitoras e os leitores que ele sequer soube se trajar para circular pelo plenário mais sagrado do processo de poder do país. Não pronunciou uma só palavra que servisse para qualquer finalidade, a não ser puxar saco, em nível o mais rastejante possível, do presidente Jair Bolsonaro, que o ignorou completamente e nunca sequer o convidou para qualquer uma das suas visitas a Goiás.
Um senador que é menos do que um vereador de interior não poderia mesmo ter dado certo. Luiz do Carmo não ganhou musculatura com a oportunidade que teve no Senado, mantendo-se no cenário estadual como uma liderança de quinta categoria, a exemplo do mandato inexpressivo que teve na Assembleia, sem adquirir densidade eleitoral ou perfil majoritário. Seguiu em frente como o que sempre foi: membro de uma família de crentes que domina uma das igrejas mais populares da religião em Goiás. Mas isso é muito pouco. Dá para uma deputança estadual. Federal, dificilmente. Continuar no Senado, jamais.
Parte da classe política não entende que o simbolismo e a significância são fundamentais para as suas carreiras. O que é Luiz do Carmo, quanto a essa dimensão? Nada. Ou menos do que nada. Se ele for a favor ou contra algum tema importante, o que isso tem como consequência além do seu voto no Senado, onde se incorporou à tropa que vota automaticamente a favor de Bolsonaro, sem nem explicar o que está fazendo? Tudo bem, ser do baixíssimo clero é um direito dele. Mas o preço a pagar é elevado: ninguém o quer como candidato à reeleição. Se conseguir uma vaga em uma chapa qualquer, e não será fácil, vai apenas disputar o último lugar.
Luiz do Carmo só tem um papel hoje em dia: sinalizar para o seu colega Vanderlan Cardoso, também evangélico e bolsonarista roxo, qual é o caminho para terminar o mandato em desastre.