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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

15 maio

Mendanha, prefeito Vilmarzim e vereadores armaram vaia para Caiado no Centenário de Aparecida. Coluna Giro ficou de plantão para dar a notícia. Mas o governador não caiu na armadilha

As festividades do Centenário de Aparecida, no último dia 11, foram programadas para chamar atenção com uma vaia ao governador Ronaldo Caiado, preparada pelo ex-prefeito Gustavo Mendanha e pelo atual Vilmar Mariano, que contariam com a ajuda de vereadores fiéis. Além disso, o palanque montado para que as autoridades assistissem a um desfile comemorativo foi “reforçado” com o deputado estadual Major Araújo, alguém em cujo dicionário não existe a palavra respeito. Ele foi convidado por Vilmarzim, juntamente com o deputado Delegado Humberto Teófilo, outro da mesma linha (ele não compareceu). Ambos teriam a missão de desacatar Caiado e gerar um incidente de repercussão talvez até nacional – uma vez que, como se sabe, o governador não engole desaforo e, se fosse atacado, provavelmente responderia à altura.

Vilmarzim, o prefeito, se prestou a esse jogo sujo porque, na verdade, é capacho de Mendanha. Cumpre ordens de cabeça baixa e pronto. Para completar a cilada, o jornalista Caio Salgado, responsável pela coluna Giro, em O Popular, foi avisado e ficou de plantão para noticiar a vaia em primeira mão, em tempo real, com uma nota a título de edição especial. Não é à toa, como se vê, leitoras e leitores, que Giro se transformou no espaço mais antiético do jornalismo em Goiás, onde a falta de honestidade é a tônica sempre que a coluna é assinada por Caio Salgado ou por Fabiana Pulcineli, com a profusão de fontes anônimas que usam. Caiado não foi porque a sua assessoria estranhou o ofício-convite enviado pelo prefeito Vilmar Mariano, que, até então, desde a sua posse, nunca havia se manifestado em relação ao Caiado, nem mesmo solicitando uma audiência protocolar, como seria de se esperar no caso de um prefeito recém empossado minimamente responsável. O convite de Vilmarzim, na verdade, era a isca para a armadilha.

O palanque acabou provocando a irritação de Mendanha, que não gostou de encontrar, entre os convidados do prefeito, o presidente estadual do MDB e candidato a vice Daniel Vilela. O ex-prefeito virou as costas para Daniel, assim como a sua mulher, a evangélica Mayara. Vilmarzim tinha agido por conta própria, imaginando que chamar o filho e herdeiro de Maguito Vilela agravaria o constrangimento de Caiado sob as vaias programadas. Não deu certo porque o governador não apareceu.

A coluna Giro, mesmo sem a agressão a Caiado, não perdoou. Ainda no período da manhã, horário do desfile, deu que o atual governador nunca foi a um aniversário de Aparecida. Uma notícia torpe, já que se ignorou que, no 1º ano do seu mandato, Caiado enfrentava dificuldades terríveis e não tinha tempo para nada. Nos dois anos seguintes, veio a pandemia e não houve comemorações. Neste ano, uma emboscada havia sido montada – e Giro sabia, o que é um fato jornalístico, mas preferiu se alinhar com a conspiração, para vergonha do seu jornalista responsável Caio Salgado. Ele possivelmente se chateou ao perder o “furo” e quis dar o troco, dando cobertura para a má fé de Mendanha e Vilmarzim.

A política em Aparecida é a de mais baixo nível do Estado, capaz de contaminar até um veículo de comunicação que se propõe a exercer o métier com qualidade e isenção como O Popular. Por um período, sob Maguito Vilela, os ventos da renovação sopraram no município, mas por pouco tempo. Com a eleição de Mendanha, rapidamente as coisas voltaram aos trilhos encardidos de sempre. Imaginem, amigas e amigas, alguém formado nesse caldo de cultura, marcado pela indecência, governando Goiás.