Candidatura de Mendanha se baseia na mentira de que ele fez uma boa gestão em Aparecida, mas, como mentira tem pernas curtas, nenhum marketing convencerá goianas e goianos de que é alternativa
A suposição de que Gustavo Mendanha teria feito uma gestão de qualidade em Aparecida, estimulada pela boa votação que teve para a sua reeleição, é que acabou criando condições para a apresentação do seu nome como candidato ao governo do Estado. Atenção, leitoras e leitores: Mendanha foi um prefeito medíocre, incapaz de qualquer obra de expressão em um município onde as carências estão em todas as equinas, não cumpriu nem uma única das suas promessas de campanha – e isso não é exagero: não cumpriu nenhuma, como qualquer um pode verificar nos planos de governo que registrou na Justiça Eleitoral – e, pior de tudo, em tempos de pandemia, com milhares de aparecidenses passando necessidade, não implantou ao menos um – unzinho – programa social permanente no 2º município mais populoso do Estado.
É um desempenho pífio, porém, perguntarão as amigas e os amigos, como é que ele chegou à reeleição com o expressivo apoio da população local? Primeiro, ao absorver o embalo de Maguito Vilela, este, sim, um prefeito realizador, que assina a transformação de Aparecida em potência econômica através da sua política de implantação de polos industriais e de obras estratégicas. Mendanha, para variar, não implantou um único polo. De quebra, em sua gestão, a economia aparecidense desacelerou e não só por causa da Covid-19. Empresas de grande porte deixaram de vir, pela falta de articulação de um prefeito envolvido com questiúnculas provincianas, como a cooptação de toda a classe política através do maior cabide de empregos jamais visto em uma prefeitura em Goiás. Até investimentos já programados, como a nova fábrica do Guaraná Mineiro, avaliada em R$ 60 milhões, foram cancelados e isso, repita-se, muito antes da pandemia.
Quem examinar os 5 anos 3 meses de Mendanha na prefeitura concluirá que ele não gosta de pobres. De vez em quando, distribuía cestas básicas, obtidas por doação junto ao empresariado. Sua mulher, a ex-modelo Mayara, é uma fanática evangélica que não sabe o que é empatia pelos vulneráveis. Para os bebês de mães desfavorecidas, providenciou caixas de papelão para substituir berços dignos desse nome. Comprou milhões em tortas, bolos e refrigerantes, alimentos pouco saudáveis, para as crianças e idosos abrigados em instituições mantidas pela prefeitura. É um escândalo. Programas sociais permanentes, que são o que funciona para aliviar as agruras das famílias em situação de precisão, ou seja, dinheiro no bolso, nenhum.
Um farsante como esse quer governar Goiás, acreditando-se predestinado por Deus, mas, para isso, não se envergonha em trair companheiros como Daniel Vilela e a própria memória de Maguito, aos quais deve ter chegado aonde chegou. Aliou-se à escória da política estadual, reunindo no seu entorno gente do pior tipo, que enxerga nele uma tábua de salvação para voltar ao palco de onde foi escorraçada: corruptos, molestadores de mulheres e, em sua maioria, cretinos ressentidos com a punição que receberam da vida pelos seus malfeitos. Além de tudo isso, é bolsonarista de quinta categoria, puxa-saco, mesmo tendo sido rejeitado pelo presidente que preferiu impor o Major Vitor Hugo como seu candidato do peito em Goiás. Vexame maior, impossível.
Despreparado, sem nunca ter lido um livro e sem formação humanista, treinado para o fisiologismo no mais deletério ambiente político de Goiás, que é Aparecida, um inepto cercado de ineptos, Mendanha comanda hoje um simulacro de campanha que nada mais é do que a tentativa de imposição ao Estado de uma visão caolha e personalista para o futuro. Ou velha política, em sua versão mais medonha. Só a sua candidatura já desmerece o que somos e o que podemos ser no amanhã. Como é que alguém com tantas bizarrices se arvora a pretender o Palácio das Esmeraldas? Que o Deus a que ele se apega, acreditando-se seu emissário na terra, tenha piedade de todos os que habitam o chão goiano e nos livre dessa praga.