Argumentos do Fórum Empresarial de Goiás para apoiar Bolsonaro são mentirosos, infantis, frágeis, descolados da realidade e comprovam o despreparo desses equivocados líderes classistas
Vocês já conhecem, leitoras e leitores, a opinião deste blog sobre os líderes classistas do empresariado goiano: são atrasados, ignorantes, despreparados e acham que todos os associados às suas entidades são iguais a eles. Os piores do Brasil. Vejam só: pessoalmente, cada um deles tem pleno direito às suas tortas convicções, mas como supostos líderes de associações coletivas, jamais. Não podem falar levianamente em nome de muitos, mesmo porque é óbvio que nas instituições listadas a seguir – Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio), Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Federação das Associações Comerciais, Industriais, Empresariais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg), Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL), Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Goiás (Acieg) e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (Sistema OCBGO) – existem no corpo de sócios empresas e empreendedores de todos os espectros ideológicos e, quanto ao 2º turno da eleição presidencial, votando tanto um quanto outro candidato.
Mas eles ignoraram os seus deveres e responsabilidades e assinaram uma carta facciosa de apoio à reeleição de Jair Bolsonaro. No limite, podem ter configurado até um crime eleitoral. Os presidentes dessa sopa de letrinhas realizaram assembleias entre os seus filiados e aprovaram uma posição comum? Não. Nenhum deles teve a sensatez de fazer nada parecido. O documento é produto exclusivo da cabeça distorcida desses dirigentes e sequer se ampara em ideias ou argumentos dignos de respeito. A pobreza intelectual é gritante. A justificativa apresentada é ridícula. O principal do texto: resolveram fechar com Bolsonaro em nome da responsabilidade fiscal, considerada (aqui, um acerto) indispensável para o crescimento sustentado da economia. Verdade verdadeira. Só que nunca houve, no Brasil, um presidente mais irresponsável do ponto de vista fiscal do que o destrambelhado do Jair.
Reproduzo aqui algumas linhas do artigo da jornalista Cileide Alves, em O Popular deste fim de semana, aliás muito educada, porém duríssima: “O argumento é frágil. O governo de Bolsonaro já furou o teto de gastos em R$ 213 bilhões, segundo o Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado. Mesmo que o PIB nacional feche 2022 com crescimento superior ao da China (o FMI previu nesta semana que nosso PIB subirá 2,8% e o chinês, 3,2%) será sobre uma base desigual, pois a China cresceu 8,1% em 2021 e o Brasil, 4,6% depois de um tropeço de 4,1% em 2020. A renda média por pessoa nos domicílios do Brasil teve no primeiro semestre deste ano a maior queda desde o início da série histórica e atingiu o menor valor em dez anos, segundo o IBGE. A desigualdade social também aumentou e o Brasil voltou ao mapa da fome, de onde havia saído em 2014”.
Está explicado aí o título desta nota. Conferindo: “Mentirosos, infantis, frágeis, descolados da realidade e líderes classistas despreparados”. Essa gente sem qualificação apoia Bolsonaro por paixão ideológica e são tão rasos que não conseguem disfarçar minimamente sua posição, tentando se esconder atrás de uma fachada podre. Em um mundo onde não existe mais um só país comunista, são anticomunistas ferrenhos. Vivem a guerra fria que desapareceu junto com a queda do muro de Berlim. Estão presos a um passado bipolar do qual ouviram falar, já que nenhum jamais correu as páginas de um livro de história ou de avaliação das transformações das últimas décadas no planeta. Ah, defendem a propriedade privada. Mas quem afronta esse princípio da economia brasileira?
Educadamente, repetindo, Cileide Alves observa no seu artigo que as motivações do Fórum Empresarial do Estado de Goiás são “produto de leitura de curto prazo”. Uma deformidade. A seguir, ela define o que tivemos no Brasil nos últimos quatro anos: um simulacro de governo, “com indicadores conjunturais advindos de um estímulo fiscal gigantesco, de medidas eleitorais populistas, promovidas por um governo que se entregou ao orçamento secreto e patrocinou a deterioração institucional do país e de suas políticas públicas de Saúde, Educação e Meio Ambiente”. Isso e nada mais.
Esses pobres coitados do Fórum Empresarial, “mentirosos, infantis, frágeis, descolados da realidade e despreparados”, deslustram o compromisso que deveriam assumir com quem trabalha e produz em Goiás e teoricamente é representado por eles. Santa incompetência. Se dessa eleição sair uma ditadura, correrão para a primeira fila dos aplausos, inconscientes de que os seus negócios estariam condenados em um país isolado pelo resto das nações por ter escolhido o caminho do autoritarismo e da antidemocracia. São suicidas e suicidas, como se sabe, agem contra a própria sobrevivência. Infelizmente, arrastando milhares de empresas e empresários do bem, que não são iguais a eles, mas traídos por eles. É uma elite inculta e rastaquera. Que não acrescenta nada de bom para as goianas e os goianos.