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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

05 nov

Esquerda segue viva em Goiás, apesar de Bolsonaro

A primeira impressão que se tem do resultado das eleições é que Goiás se transformou em um Estado bolsonarista.

Não é bem assim. Lula teve em média 40% dos votos das goianas e dos goianos, nos dois turnos. E uma liderança de aparência sólida e consistente emergiu das urnas: a deputada federal Adriana Accorsi, eleita com quase 100 mil votos, a metade em Goiânia.

Tradicionalmente, Goiás é majoritariamente de centro, um meio termo entre esquerda e direita. O primeiro e único governador eleito pela direita foi Ronaldo Caiado, mas dentro de uma agenda de reconstrução do Estado, longe de uma visão ideológica. Detalhe: a direita de Caiado é democrática, distante do extremismo bolsonarista. É esclarecida, não troglodita. Centro, na verdade, a julgar pelo conteúdo do seu primeiro governo e pelas prioridades definidas para o segundo.

O bolsonarismo radical é um triste e lamentável acidente que a História vai corrigir nos próximos anos. Em Goiás e no país.